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Andei perdido Em vielas sem saída, Andei esquecido do que era a vida. Sem Norte sem Sul Sem Estrela Polar Eu andei perdido Sem saber por onde andar. Percorri os bares E tabernas imundas Tive mulheres aos pares E a moral nada profunda. Mas que querem que fosse Sem um cêntimo na algibeira Sem ter onde dormir uma noite inteira? Chamam-me sem abrigo Com toda a razão Mas meus amigos, graças ao meu patrão. Trabalhei tantos anos E pergunto hoje para quê Estou velho, sou lixo que ninguém vê. Pontapé para aqui, são só desenganos. Desde a minha juventude Que o meu corpo dei ao manifesto Mas hoje já nem sequer presto Para as ruas varrer. Desprezo! Os meus banhos, são quando chove E ninguém se comove De me ver indefeso. Eu já nem posso votar, Se pudesse eu o faria de bom coração Exigiria a todos os políticos Para que eu pudesse sorrir A economizar dinheiro E de coração inteiro, Construam pontes para podermos dormir!
A. da fonseca A. da fonseca
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Poeta
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Não importa onde nascem Não importa a sua cor. O importante é que passem Na vida com muito amor.
Alguns são passarinhos Que dormem à luz da Lua. Depenados de carinhos, Não são que putos da rua.
È triste ver esses putos Que não têm eira nem beira. A vida só lhe dá chutos Têm o Sol como braseira.
Crianças de vida triste Merecem ser mais amadas. Mas para eles não existe Que as pedras da calçada.
Putos sem ontem nem hoje E de um amanhã incerto, È a sorte que deles foge E os lobos ficam mais perto.
Pássaros que vão crescendo Sempre com as asas quebradas, Num mundo sem dividendo Com a miséria de mãos dadas.
Velho Mundo, Voltas-te à Idade-Média. E esta sociedade sem rédeas Deixou de ser a grande dama. Velho mundo, A tua mocidade anda perdida A sua estrada na vida È toda feita de lama!
A. da fonseca
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Poeta
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Em Oceano furioso nosso Mundo navega Lutando contra as vagas que se erguem Mas a esperança, quase morre nessa refrega Numa luta desigual e a morte todos temem.
Os Almirantes não conseguem uma decisão Para evitar a catástrofe que está bem patente Os capitães lutam para acalmar a apreensão Que reina entre os marinheiros já descrentes.
Nos beliches no convés da proa até à popa Os passageiros dessa Nau em puro naufrágio O medo, a incerteza se apoderou, nada poupa Alimentando a miséria que é mau presságio.
A revolta começa a se sentir e a populaça Tenta tomar o comando da Nau à deriva Mas logo os comandantes nessa desgraça Matam a liberdade que é a nossa locomotiva.
A. da fonseca
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Poeta
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Virou pesadelo, Por culpa de quem? Por culpa da esquerda Que governou à direita Enquanto o povo espreita Numa janela quase fechada Uma vida que não nos deu nada. Mas viva a democracia Com um elefante poderoso Que representa a força do povo Não à direita, com Coelhos Mas uma esquerda com pentelhos Bem eriçados Que digam merda ao capitalismo, Exploradores do homem Que trabalha dia a dia E que não nos dêem conselhos Porque são falsos São cheios de hipocrisia Venha a nós o vosso esforço Para bem encher os nossos cofres E vós, pobres escravos Convençam-se que é assim Trabalhem mais para ganhar mais É a doutrina de Nicolas Sarkozy Pauvre con!
Viva a liberdade Viva a democracia Viva o povo que é a seiva de um estado
Abraço a todos os homens e mulheres QUE SOFREM
A. da fonseca
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Poeta
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Puta de vida, puta de sociedade Não é só a puta que é fodida Mas também a nossa dignidade. Mesmo a dignidade da puta Nem ela mesmo é respeitada Ninguém é ninguém, não somos nada. Tenho vontade de ser kamikas Fazer explodir tudo em palavras Das mais rudes às mais malcriadas Pois que há gente sem sentimentos E nada servem os lamentos Daqueles que são feridos de morte Que andam no Mundo sem Norte Que tudo fazem para o merecer Mas esse Norte nem sequer dá para ver. Um véu negro se levanta Se reagem logo alguém se espanta E dizem-lhes, vão-se foder. Se estou revoltado? Ah pois estou Gostava de viver num mundo sem hipocrisia Sem o cinismo das guerras Mesmo que sejam só de palavras E essas fazem na verdade doer. Porquê, porque quero a paz E contrariado não posso responder
A. da fonseca
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Poeta
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Estou pronto para morrer Como e quando, não sei, É o que vos digo, podem crer, Estou farto da vida também.
Farto desta podre sociedade De ego sempre bem inchado. Não existe a solidariedade, O Mundo já está quadrado.
A cada ângulo um hipócrita, No centro um mau palhaço Que não passa de um parasita.
Que nos dá muita urticária E no coração fica o traço De felicidade imaginária.
A. da fonseca
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Poeta
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Sempre fui um democrata Sempre me bati pela Liberdade, Viver sobre a lei da chibata É viver no medo, na ansiedade
Como democrata que sou Respeito todas as ideias Mas estar de acordo,não estou Com o cântico dessas sereias.
Sereia que engana o povo Com o seu cínico cantar, Não trazem nada de novo, Só prisões para aprisionar.
Não suporto as ditaduras Sejam de direita ou de esquerda, Os povos vivem às escuras Cercados por labaredas.
Prefiro uma democracia imperfeita Pois que nela vivo em Liberdade, A uma ditadura muito perfeita Que nos priva da verdade.
Quem hoje defende Salazar É porque bem na vida estava Vivendo sem se importar Da dignidade enclaustrada.
A. da fonseca
SPA Autor nº 16430
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Poeta
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É preciso mudar o conceito de “sucesso”... É preciso mudar o conceito de “empreendimento”. Alguém pode investir numa ideia que não vai dar nenhum “rendimento”, mas pode dar satisfação.
Se este alguém conseguiu o intento, teve sucesso, e com isso o prazer. O prazer de viver não deve estar só em comer, beber, transar, ganhar dinheiro e gastar...
O prazer pode estar em apreciar tudo isto que nós não construímos, e procurar entender seu significado. Pode ser que eu esteja errado... Só procuro alertar para o que eu vejo.
Nem precisa de comentários. Reparem nos noticiários: artistas famosos viciados em drogas... Por que uma “droga” dessa, se para eles o que mais interessa é ser famoso e ter dinheiro?
Os “empreendedores”, com suas ambições, estão crescendo, construindo, evoluindo, poluindo e destruindo o mundo e as boas intenções. Viraram máquinas de sucesso e dinheiro. Não têm mais coração.
A.J. Cardiais 06.05.2011
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Poeta
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O que é viver? Tem gente que tem tudo, e não se sente feliz...
Fica aspirando uma "carreirinha de giz", para se iludir de que é feliz.
O que é morrer? Tem tanta gente morta nesta vida infame...
Eles se agarram ao poder ou ao nome, e não vivem nada, além da ganância.
A.J. Cardiais 13.10.2010
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Poeta
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Meu Deus, quando esse pobre povo vai ter paz?
Coagidos pelos marginais, assustados com os policiais, esquecidos pelos órgãos sociais...
Coitado desse povo pobre, ou desse pobre povo... Só vive de “ais”
A.J. Cardiais 09.09.2010
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Poeta
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