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Vivo perdido entre palavras e ideias. Dentro de mim uma alcateia pede abrigo.
Sofro, mas não digo. Penso, mas não ligo. Rimo o limo farto que se gruda em mim.
Abro as válvulas da imaginação e deixo jorrar toda esta emoção...
Que ganhem o mar, que ganhem o mundo e me ajudem a me encontrar.
A.J. Cardiais
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Poeta
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A palavra é uma larva a espera de alimentação... Quando o poeta põe a mão, sua mão é tomada pela palavra.
Aí o poeta lavra a palavra quando lava a mão cheia de larvas. O poeta contamina tudo:
O branco do papel a imaginação o sol, o sal, o céu, o chão...
O poeta é só contaminação... Contaminação de larvas contaminação de palavras.
A.J. Cardiais 03.12.2010
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Poeta
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O bom da crônica é isto: A liberdade de escrever sobre qualquer assunto. Pode ser o assunto mais sério ou o mais bobo, mais vulgar. Tudo serve para comentar... Até a falta de cometário. Dizem que palavra "crônica" deriva da palavra grega "chronos", que significa tempo. Então, se a crônica significa tempo, ela está com tudo: Com o passado, o presente, o futuro, as horas, as eras, o sol (tempo bom), a chuva (tempo ruim)... E acontecendo o tempo todo. O tempo é tudo. Talvez seja por isso que tudo é um motivo para uma crônica.
Eu já li crônicas que, nas suas palavras, não queriam dizer nada. Mas no seu bojo trazia uma infinidade de ideias que só quem gosta de ficar observando a vida, é que é capaz de entender. Então os que não têm essa "visão especial" devem achar uma besteira. Mas isso é bem da crônica. Tem tantas "bobagens" acontecendo por aí, que as pessoas nem percebem... O próprio tempo, por exemplo. O sol surge, passa por cima de nós e vai embora. As pessoas já estão tão acostumadas com essa besteira, que só notam quando precisam dele e ele não está lá para servi-las. Caso contrário nem notariam sua presença ou ausência.
As pessoas vivem muito preocupadas com os seus afazeres, sonhando em ganhar dinheiro ou procurando esquecer-se das mazelas da vida. Então não têm tempo de ficar observando essas "besteiras de tempo". Afinal, isso serve para quê? As pessoas só querem saber de coisas úteis, de coisas que possam vender ou, no mínimo, servir para um debate numa roda de amigos. É por isso que assistem os BBBs da vida: Para não ficarem por fora do bate papo. O importante é participar. Não interessa a importância do assunto. Aí, quem não gosta de ficar debatendo "BBBesteiras", fica de fora observando as besteiras do tempo e aproveitando para escrever uma crônica besta.
A.J. Cardiais
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Poeta
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Muito reclamei por ter que levantar à noite para escrever; por ter que ruminar ideias remoer palavras, estruturar versos...
Sempre o mesmo movimento: deita, levanta, escreve... Pensa, repensa, rabisca... Isso não vai dar em nada! Grita minha razão, desesperada.
Um dia foi-se: cortaram o cabo, o elo, a inspiração... Ficou só preocupação.
Hoje ela voltou, iluminando minhas noites... Ah, quanta emoção!
A.J. Cardiais
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Poeta
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Chega a mim, fumaça e cheiro de poesia. Não quero desagregar o dia nem culpar os instantes.
O dia esta fadado a estes assuntos segunda, depois da festa. Tudo me envolve ou me absorve.
Tudo rima tudo ensina tudo acena...
É uma pena só poder registrá-lo com palavras.
A.J. Cardiais 25.06.1990 imagem: google
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Poeta
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A musica das palavras Ouvida no amor com que me falavas Entrou em mim para não mais sair Ficou em mim para poder sorrir Enquanto abalavas
E a memória de quando tu estavas Tão perto de mim e não me faltavas Vive na saudade de um dia te ouvir Cantando saudosa por me sentir Como quando voltavas.
Enquanto ainda me faltas Invento os teus beijos em pautas Oiço a tua ausência em melodia E em ti me refresco, ó fantasia Da inspiração que me exaltas.
Vêm letras que dançam coloridas Em notas soltas tão divertidas Os meus pés levam os teus passos E meus gestos guiam os teus braços Num enleio de duas vidas.
Ainda te vejo, imagino Desejo-te, ainda não me domino Ao teu coração, o meu disponho Amor de ilusão, que és do meu sonho Um suspiro genuíno.
Como um gemido de prazer comum De nossos corpos feitos num Como um invasor do imaginário deste coração tão solitário Amando sem amor algum.
tavico
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Poeta
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QUERO (José Antônio Gama de Souza-Balzac)
Não quero falar por metáforas Não quero falar por parábolas Não quero falar por sofismas Não quero falar por fábulas
Quero falar com a língua E que ela seja muito mais Do que futilmente, palavras
Quero falar com palavras E que elas sejam muito mais Do que simplesmente a língua
Não quero saber de eufemismos Não quero saber de semânticas Não quero saber de modismos Não quero saber de retóricas
Quero a poesia clara Dos teus olhos e da alma E do amor sem complexo
Quero penetrar no teu âmago Com franqueza; e com calma Absorver o teu sexo
Não quero ser moderado Não quero ser literato Não quero ser complicado Não quero ser emblemático
Quero me intimidar Quero me enfraquecer Quero me subordinar Quero me enternecer Quero falar com o tato Quero saber com o ato Quero ser mais com o fato De escancaradamente amar... Com a língua de novo Com a língua do povo Com palavras plenas Ruidosas, amenas... Render-me, é o que espero E sem culpa, dizer: Amo-te amor, eu te Quero!
Leopoldina, MG.
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Poeta
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Soaroir de Campos São Paulo - 10-10-10
exercício para o mote: a verdade está na cara
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Preciso me dizer algumas verdades
Não vem de ninguém a dor - minha tristeza!
Não vem de ninguém Esse vício triste da má sorte Como a da pomba que se debate Nas afiadas garras do falcão
Andam por ai espalhadas - respostas Às vítimas do próprio Tártaro Cuja verdade não está lá fora...
continua...
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Poeta
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