Poemas de reflexíon :  Vida sem comando
Vida sem comando
Deixo a vida seguir seu curso,
porque nem tudo está sob nosso pulso...
Nem tudo está sob nosso comando.
E o que “parece estar”,
ficará até quando?

Tem coisas que saem do trilho,
mesmo com uma boa direção.
Tem maquina que emperra,
mesmo com manutenção.
Tem gente que faz checape,
mesmo assim morre de enfarte...

A vida brinca com a gente,
e a gente brinca de viver.
Tem coisas dessa vida
que a gente só vai saber
depois que morrer.

A.J. Cardiais
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Poeta

Poemas :  Tributos da alma
Tributos da alma
Minha vida ainda não acabou,
mas já está findando...
Algumas coisas para mim
deixaram de ter valor,
e outras perderam o sabor.

Não estou achando a vida amarga...
Não, não Senhor.
Estou achando que é muita carga,
muito tributo que querem nos impor.

Eu estou procurando
um final mais sossegado:
peço perdão pelos meus pecados,
para eu chegar “do outro lado”
em paz.

A.J. Cardiais
26.02.2010
Poeta

Poemas :  Esmiuçador da vida
Esmiuçador da vida
Para que fui esmiuçar
sobre o sentido da vida?
Para que fui fuçar
em coisas despercebidas?

Eu deveria fazer
como muita gente
que segue em frente
sem se preocupar
com esse negócio de "crescer
espiritualmente"...

O que ganhei com isso???
Sofro, o sofrimento dos outros,
morro, com a morte dos outros,
sofro junto com a Natureza,
ao ver a malvadeza,
dos homens sobre ela...

Fico indignado com situações
causadas por homens
sem corações...
Foi isso que eu ganhei:
preocupações.

A.J. Cardiais
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Poeta

Poemas :  Morrer de Tudo
Morrer de Tudo
Um minutinho para viver
e vários minutos para morrer.
Isso não é pessimismo,
é o “otimismo do prazer”.

Esqueci-me de dizer
que em vão a vida vai.
E quem não samba não sai,
e não sabe o que é morrer:

Morrer de amor,
morrer de alegria
morrer de rir
morrer de prazer...

Morrer de tudo que
não nos mata.
Morrer de tudo que
dizem “morrer”...

Mas quando a morte vem,
todos querem é viver.
Mesmo com toda morte
que a vida parece ter.

AJ Cardiais
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Poeta

Poemas sociales :  Violência
Violência
...E você passa
pela rua
sem graça...

O desemprego,
o medo lhe abraça
e você segue
vivendo na raça...

Tem de correr
e se esquivar,
pra não morrer,
pra não matar...

É a violência
no seu encalço
no seu enlace
no seu roteiro.

A.J. Cardiais
21.03.1984

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Poeta

Poemas :  Estudando o desnecessário
Estudando o desnecessário
Passo o meu tempo estudando
coisas desnecessárias.
Coisas esquecidas,
como a terra, por exemplo.

As pessoas esquecem
que na terra tem vida,
que a terra respira
e que é alimento...

E o que fazem?
Sufocam ela com cimento.
É tão grande a necessidade humana,
que se esquece
das outras formas de vida.

Se na vida
tudo está entrelaçado,
quando matamos um lado,
morremos em seguida.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Sonetos :  Sem procurar entender a vida
Sem procurar entender a vida
Se você ficar se debruçando
sobre os problemas da vida,
você vai acabar achando
que não vale a pena viver.

Se você tentar entender
como é que funciona a vida,
você vai morrer,
e vai continuar sem saber.

A vida talvez não seja
para ser entendida...
Talvez seja para ser vivida.

Quanta gente errada
você já viu viver bem,
e morrer sem sofrer nada?

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  O caminho de todos
O caminho de todos
Ando com os pés no passado.
Por isso não ando apressado.
Meu tempo não é uniforme,
e minha alma não dorme.
Ela segue o tempo
bisbilhotando
cada movimento.

Sei de tudo que se passa,
na raça.
Preferiria não saber...
Assim, não iria sofrer.

Eu queria era viver
alheio a tudo isto:
Toda esta ideia de prazer,
toda esta ilusão, todo dever...

Mas não adianta disfarçar,
nem se vangloriar...
Nós caminhamos
para o mesmo lugar.

A.J. Cardiais
29.08.2011
imagem: google
Poeta

Sonetos :  No leito
Eu estou deixando
tudo se acabar...
Estou só esperando
a morte me levar.

Se eu tiver sorte,
ela me levará dormindo...
Se eu for muito forte,
ela me pegará sorrindo.

Eu só tenho medo
de morrer definhando...
Disso não guardo segredo.

Deve ser um inferno,
para quem vive lutando
querendo ser eterno.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas :  Certas musicas
Certas musicas
Em certas músicas
vem você,
vem o amor,
vem a vida
e também a morte.

Certas músicas,
são como beber
uma cachaça forte:

Me embriago,
me entrego...
Não nego:
sou um fraco.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta