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E depois do sexo, um sentimento complexo... Uma sensação de vazio, depois da ânsia do cio.
E depois do sexo, quando não existe amor, cada um vai para um deserto.
Cada um carrega sua dor. Cada um leva seus restos.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Tanta gente me amou, mas não senti o mesmo. Eu vivia à esmo, sedento de emoções.
Eu tive muitas paixões... Muitas. Ao mesmo tempo. Meu coração era o momento. Meu desejo era o amor.
Não vou falar de dor, pois a dor que eu sentia, eu curtia: Transformava em poesia.
E no meu universo eu sabia reinar com alegria e mandar a tristeza para outra freguesia.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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O retrato é a seca: Costelas de fora, urubus na espreita...
Quem “se apaga” não deita, nem deleita o sonho do suor derramado.
Sede de viver é sofrer é penar é lutar
Sozinho, contra um mundo de ambição.
A.J. Cardiais 25.11.1983 imagem: google
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Poeta
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Às vezes eu caio, e vou ao fundo do poço... Mas logo ouço uma voz, um empurrão:
Levanta irmão! Carrega tua cruz! Uma vida de luz, não é qualquer um que enfrenta.
Levanta e senta. Espelhe-se em Jesus: Carregou uma cruz de forma violenta, sem ter nenhuma culpa...
Foi uma coisa justa? Ele, que tudo podia, nada fez, tudo enfrentou... Suportou a dor entrando em harmonia com o Criador.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Gosto quando a poesia chega de surpresa... Pode não ter beleza, mas que tenha amor.
Como se saída de uma flor, para enfeitar a vida, vai bailando distraída sem nenhum temor.
Gosto da poesia, como um beijo roubado. Como um beijo estalado numa face dura, para aliviar a dor de toda amargura.
Gosto da poesia pura, da poesia sentimento; Da que navega no vento da literatura.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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A dor que eu trago, não falo... Escrevo e largo. Deixo-a ir, não retenho.
Da dor que eu venho, eu quero partir. Não sou carregador, sou poeta. Sou o estafeta da linguagem.
Sempre trago uma mensagem escondida nas entrelinhas. Da dor que eu vinha, (no começo da linha) consegui fugir...
Nada como tingir sua vida da cor que mais lhe agrada.
A,J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Ei, coração! Você tem que bater. Mas não precisa acelerar... Se você não bater, apanha. Com isso eu posso até morrer. E se você bater muito forte, pode me matar...
Ei, coração! Você precisa ter manha... Vê se não se assanha, quando encontrar um amor. Nunca se altere, seja lá o que for. Também não acelere, pois pode me causar dor.
Ei, coração! Você tem que estar comigo. Tem que ser meu amigo e nunca me perturbar.
Você está em mim e eu estou com você... Se não nos unirmos nós vamos nos matar.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Para que serve o poeta, enquanto está em fermentação? Sua poesia não vale um pão, seu poema não para a escravidão e sua dor é só sua, não da multidão.
O poeta rabisca no caderno, cisca no inferno... Queima pés e pestanas. Queima a última grana apostando num sonho...
Ah pesadelo medonho... Quem quer poesia? Quem crê na ousadia de quem vive de sonho?
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Minha vida é uma arte. Invento um amor, invento uma dor, para sobreviver ou para sofrer.
Minha vida é uma arte. Ela está em qualquer parte, em qualquer flor, em qualquer lugar:
Nos olhos de uma menina, nos lábios, no andar, no vestir, no calçar... Eu qualquer lugar:
Numa feira, num curtume, num bordel, num curral cheirando estrume... Vaqueiros aboiando, gados ruminando... Mas eu não estou lá.
Estou aqui, cá, no meu lar, vivendo tudo isso, numa parabólica natural...
Este é o meu bem, este é o meu mal, esta é minha vida teatral.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Precisa-se de um amor... De um amor de verdade. Desses que a felicidade está sempre enamorada.
Precisa-se de um amor que tenha muita compreensão. Desses que a união é uma coisa sagrada.
Precisa-se de um amor que saiba dar e receber, e nunca deixe a libido morrer.
Precisa-se de um amor que saiba contornar a dor e que, a cada dia,
faça o amor renascer.
A.J. Cardiais
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Poeta
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