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No princípio, apenas Deus, nada mais, mais nada havia. Na eternidade do espaço o tempo não transcorria. De nada valia o espaço. De nada o tempo valia.
Deus – o Supremo Senhor do tempo - todo esse espaço desde sempre percorria. Sonhava um novo universo que outro antes deste, por certo, pleno de luzes teria.
A vida – esse dom sublime – por Ele e n’Ele vibrava, dava ao Nada algum sentido. Fazia lembrar um quadro distante das mãos do artista e ainda descolorido.
Pois que a noite dominava, até que o bom Deus com arte, amor e sabedoria, fez eclodir de entre as trevas esplêndido sol, gigante, ao qual chamou “Luz do dia”.
Surgiu, assim, a matéria, como a lava incandescente no interior de um vulcão. Estrondo intenso deu corda ao tempo – o relógio eterno. E o espaço ocupou-se, então.
Novas estrelas e mundos e, dentre eles, o nosso recebem a luz da vida. Pródiga, a natureza faz da Terra a jóia ímpar que Deus, o Ourives, lapida.
E sem que saibamos como, nem para que, nem por que chegamos e d’onde viemos, ao escrever nossa história, outros pequeninos deuses orgulhosos nos fizemos.
O belo planeta azul é o lar-escola que herdamos. Malgrado sofra os reveses do homem dominador, devemos confiar, crianças, que nos governa o Senhor.
(Da coletânea de Sergio de Sersank)
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Poeta
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Os cães ladram e a noite passa lentamente... Na caravana da noite: a insônia, a inquietação e a preocupação.
Estes sim, os motivos desta noite macilenta, e não o açoite do tempo no horizonte negro.
A noite corre... Se esvai, para quem tem bons sonhos ou para quem a curte.
Para quem curte a noite, a noite é curta.
A.J. Cardiais 13.01.2003
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Poeta
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O bom da crônica é isto: A liberdade de escrever sobre qualquer assunto. Pode ser o assunto mais sério ou o mais bobo, mais vulgar. Tudo serve para comentar... Até a falta de cometário. Dizem que palavra "crônica" deriva da palavra grega "chronos", que significa tempo. Então, se a crônica significa tempo, ela está com tudo: Com o passado, o presente, o futuro, as horas, as eras, o sol (tempo bom), a chuva (tempo ruim)... E acontecendo o tempo todo. O tempo é tudo. Talvez seja por isso que tudo é um motivo para uma crônica.
Eu já li crônicas que, nas suas palavras, não queriam dizer nada. Mas no seu bojo trazia uma infinidade de ideias que só quem gosta de ficar observando a vida, é que é capaz de entender. Então os que não têm essa "visão especial" devem achar uma besteira. Mas isso é bem da crônica. Tem tantas "bobagens" acontecendo por aí, que as pessoas nem percebem... O próprio tempo, por exemplo. O sol surge, passa por cima de nós e vai embora. As pessoas já estão tão acostumadas com essa besteira, que só notam quando precisam dele e ele não está lá para servi-las. Caso contrário nem notariam sua presença ou ausência.
As pessoas vivem muito preocupadas com os seus afazeres, sonhando em ganhar dinheiro ou procurando esquecer-se das mazelas da vida. Então não têm tempo de ficar observando essas "besteiras de tempo". Afinal, isso serve para quê? As pessoas só querem saber de coisas úteis, de coisas que possam vender ou, no mínimo, servir para um debate numa roda de amigos. É por isso que assistem os BBBs da vida: Para não ficarem por fora do bate papo. O importante é participar. Não interessa a importância do assunto. Aí, quem não gosta de ficar debatendo "BBBesteiras", fica de fora observando as besteiras do tempo e aproveitando para escrever uma crônica besta.
A.J. Cardiais
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A vida me mostra um relógio... Luto contra o tempo. O tempo é longo mas, com espaços curtos e rápidos. E eu já perdi muitos espaços...
Agora tenho a pressa do ponteiro de segundos. Perdi a calma do ponteiro das horas.
E agora? Os ponteiros não giram ao contrário!
Perdi o meu tempo em segundos, confiando na calmaria das horas.
A.J. Cardiais 25.04.1989
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Quatro paredes me dizem: Boa noite! Mas o som da vida lá fora, me deixa inquieto...
Será que eu não presto? A vida deve ter raiva de mim... Senão, por que ela age assim?
Eu, com tanta vida dentro de mim, fico assistindo ela passando e se divertindo com um monte de gente vazia...
Eu, que vivo me preocupando em saber qual é a dela; Que vivo procurando um sentido para ela, estou aqui, na janela,
Vendo ela se divertindo com pessoas que nunca se preocuparam com ela.
A.J. Cardiais
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