Sonetos :  A felicidade está dentro de nós
Sou uma pessoa feliz,
apesar dos contratempos
e das situações negativas
que batem em minha porta.

As pessoas se enganam
pensando que felicidade
é morar na cidade,
ou possuir bens materiais.

A felicidade é uma coisa interna,
e pode estar numa caverna,
no campo... Em qualquer lugar.

Felicidade é não ter que “procurar”
o que traz felicidade...
É deixá-la externar.

A.J. Cardiais
17.10.2015
Poeta

Poemas :  A cidade a meu ver
A cidade olha,
com olhar difuso,
esse povo obtuso
transitando pelas vias
de sua alma...

A cidade esta calma,
e coberta de entulho.
Precisa dar um mergulho
num mar de limpeza.

A cidade da beleza
(brilhante de dia)
tem em sua sinfonia
um solo de pobreza.

A cidade quando ronca,
acorda assustada
sendo vilipendiada
e levando bronca.

A cidade é assim:
próspera e pobre.
De um lado o nobre,
do outro o chinfrim.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas sociales :  Poema duro
Poema duro
Não posso ter uma poesia bela,
vendo tanto sofrimento na tela.
Não tenho uma palavra doce,
como se a realidade assim fosse...

Tenho um poema duro,
ousado, impuro.
Como ser feliz,
vendo tanta infelicidade
vagando pela cidade?

De que me adiantará um nome,
se não puder amenizar a fome?
De que serve a “intelectualidade”,
vendo o povo sem dignidade?

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Pássaros da Cidade
Pássaros da Cidade
Paro para escutar os pássaros
que “moram” na cidade...
Eles vivem tanta ansiedade
quanto eu.

Os pássaros cantam,
talvez por necessidade
de alimentação.
Cantam pra ganhar o pão.

Nós vivemos num “mundo cão”.
Numa Sociedade
sem coração.

A.J. Cardiais
07/10/2012
imagem: google
Poeta

Poemas sociales :  O consumo consome
O consumo consome
O homem consome a cidade,
a cidade consome o homem.
O homem consome a beleza,
a beleza consome o homem...

O homem consome o físico,
o físico consome o homem.
O homem consome o dinheiro,
o dinheiro consome o homem...

O homem consome o prazer,
o prazer consome o homem.
O homem consome a bebida,
a bebida consome o homem...

O homem consome a droga,
a droga consome o homem.
O homem consome o lixo,
o lixo consome o homem...

A.J. Cardiais
imagem: a.j. cardiais
Poeta

Poemas :  Antropofagicamente poético
A cidade engoliu o verde
que aqui havia,
deixando no lugar
montanhas de alvenaria.

O vento passa devagar,
a vida demora a chegar
(se é que há vida nesse lugar)
e a rima corta uma volta,
para se libertar.

Antropofagicamente,
absorvo tudo:
somo, incorporo,
faço um estudo...

A cidade é tão desumana,
quanto insana.
Tem gente que se engana,
porque gosta de se enganar.

A.J. Cardiais
03.01.2014

Do livro: Antropofagicamente Poético
https://clubedeautores.com.br/books/se ... C3%A9tico&sort=&topic_id=
Poeta