Poemas de reflexíon :  CULPADO
Culpado?
Meu Deus, porquê sou culpado?
Foste Tu que a minha vida destinas-te.
Foste Tu, que os meus passos orientastes.
Mas eu só queria amar e viver sem sofrer.
Só Tu sabes porquê, eu não devo saber.
Quantas vezes ri-o, com vontade de chorar.
Vezes sem fim sinto vontade de acabar.
Não quero chorar, mas rir, sim, rir
Para afogar todo o meu sofrimento
Acredito que isto não é que um exame
Que Tu Decidiste a me fazer passar.
Exame de saber estar na vida e viver,
De saber sofrer,e também de saber amar.
Se foi tudo isto que Tu quiseste,
Tenho o dever de Te de te pedir perdão.
Meu Deus, se soubesses como estou triste
Ficarei a viver nesta imensa solidão.
Sim! na verdade a vida é um exame
Um problema que não soube resolver.
Ficarei a rir, ou a reflectir
Ficarei a chorar talvez a sonhar...
Mas de certeza, continuarei a sofrer!

A. da fonseca
Poeta

Poemas de tristeza :  ESQUECENDO O MUNDO
Dia de sol, passeio na areia e admiro o oceano.
De tempos em tempos uma vaga chega até mim
Molha-me os pés me provocando, fica a espuma
Espuma, que fez ficar triste pensando ao nosso amor.

Assim, os meus pensamentos voltaram ao passado
Um passado que tantas saudades deixou em mim
Desses momentos de loucura, de amor em liberdade
Das noites em que os nossos corpos se entrelaçavam.

As nossas lágrimas corriam de prazer, também salgadas
Como esta água do mar que teima em me provocar
Como tu o fazias com o teu sorriso de felicidade
E eu me perdia nos teus braços, esquecendo o Mundo.

Hoje as lágrimas também correm mas não de prazer
Correm para o mar o tornando assim mais salgado
As vagas que vão chegando pouco a pouco até mim,
Não são que a espuma de um amor jamais esquecido.

A. da fonseca
Poeta

Poemas de amor :  MEU QUEREBIM
O Sol veio aquecer o nosso ninho
E uma linda cegonha deixou sobre
Os nossos lençois de linho,
A mais bela dádiva à qual pudesse sonhar.
De frente para este pequeno ente,
Eu estou em êxtase!
Quanto mais a admiro do meu olhar,
Mais o meu amor é quente, como brasa
Es minha filha, filha da minha carne,
Eu vou-te idolatar.

Aperto-a forte , nos meus braços de algodâo.
Contra o meu peito, sinto palpitar o seu coração.
As minhas mãos acariciam o seu corpo
E eu entro em òrbita,
Òrbita de amor, de amor se fim.
Eu te amarei, Anjo do meu encanto
Na vida eu te guiarei,
Oh... como eu te amo tanto.
Tu és meu amor, meu querubim.

E durante a noite, não faço que sonhar.
Sem trêvas a vejo crescer, a vejo andar.
Sonho de a ir buscar à escola, de a proteger.
Sonho de a acomponhar à Igreja para se casar.
Vejo os meus cabêlos esbranquiçar, esbranquiçar...
Com a certeza de ter cumprido o meu dever.


A. da fonseca
Poeta

Poemas de reflexíon :  ESTAS CRAINÇAS NÃO PEDEM QUE AMOR
Era terça feira.
A neve caía
E nessa rua fria
Eu caminhei.
Num passeio deitados
Cobertos com cartões
Estavam dois corações
A quem a mão eu dei.
Eram duas crianças
Ao frio, abandonadas
Com as roupas molhadas
De frio tiritando.
Levei-os ao café
Onde sofregamente
Os dois pobres entes
O estômago aqueceram
E o calor adorando
Eram duas crianças
Pelos pais abandonados
Sozinhos e escorraçados
Por uma sociedade sem calor.
Mas para quando
Veremos esta miséria
Banida como bactéria
Nociva para a vida.
Estas crianças, só pedem amor.

A. da fonseca
Poeta

Poemas de reflexíon :  A POESIA É UM PRADO IMENSO
Tenho a impressão que entre nós tudo vai acabar
Não mais os meus pensamentos para ao papel vou passar,
Porquê perder o meu tempo e o pouco que sei escrever,
Escrevo sem regras sem respeito pela poesia a meu ver.

Escrevo uma letra, formo uma palavra mas sem sentido
As rimas são sem valor e assim escrever é tempo perdido.
Não sou poeta, entre eles não sou que um pobre intruso,
Porquê gastar tinta e papel, tenho para mim que é um abuso.

Escrever só devem ser aqueles que sabem muito de poesia
Porque escrever letras mortas não passa de uma heresia.
Por mais que queira, por mais que faça, nada tem valor
É como plantar uma roseira e não saber se ela vai dar flor.

A poesia, a literatura é um prado imenso para cultivar
Mas é preciso ser especialista para escrever o verbo amar.
O amor eu tenho para dar e gosto de receber algum também
Mas o descrever é mais difícil e isso é coisa que não sei.

Por isso o melhor é parar nem que seja para reflectir.
Tentar sonhar com coisas belas para poder sorrir.
Passar para o papel os sonhos, é um verdadeiro pesadelo
Então o melhor é ficar a sonhar, assim a poesia não atropelo.

A. da Fonseca
Poeta

Poemas de desilusión :  GOSTAVA DE SER POETA
Como eu gostava de ser poeta!
O meu nome em letras gordas
lá bem no alto da lista
Mas não passo de um pateta
Que só sabe fazer pirueta
Mas nunca chega a artista.

Será a minha caneta ou serei eu
Que não tem o dom da escrita?
A caneta não gosta de mim, eu sei
Vê como escreves, meus Deus!....
Escreve com mais jeito.... meu!.....
Se quiseres chegar a artista.


Mas que queres? Nada mais consigo
Do que dizer o que me vai na alma
A inspiração dá-me uma pista
Eu faço o possível de contigo
Convencer um verso amigo
A rimar para ser artista.

Mas as hipóteses são raras
Ser poeta é ser alguém
Que escreve com sentimento
Para ele as letras são searas
Onde ele colhe palavras raras,
O poeta é mais que artista.

A. da fonseca
Poeta

Poemas de humor :  ELA O METE NA BOCA
Todos os dias
Vou ver a minha namorada
Que fica zangada
Se não lhe dou nada.
Então,
Eu lhe meto na mão
Aquilo que ela gosta
E ela,
Grande gulosa
Com vontade corajosa,
Depois de acariciar
Com muito amor
Aquele esplendor
Logo o mete na boca
E ela fica louca
Com os olhos a brilhar.
Que seja branco ou preto
Ela até sobe ao tecto
Com esta guloseima.
E se o leite sente
Ela fica quase demente
E o lambe até ao fim
Ela o prefere bem duro
Mole, não o acha bom.
Que querem? Ela é assim!
Ela com ele se debate
E como a não quero perder
Todos os dias lhe vou oferecer
Um muito bom chocolate.


A. da Fonseca
SPA Autor 16430
Poeta

Poemas de amor :  TE COBRIREI DE BEIJOS
Já tenho saudades de ver os teus olhos.
De os teus lábios beijar, de te falar de amor
E como um senhor, com vénia te amar.
Lembro o silencio desses loucos momentos
Em que estávamos sós, só os olhos sorriam
Nossos corpos se uniam, perdíamos a voz.
Volta e eu te oferterei cataratas de amor.
Montanhas de flores ornadas de estrelas.
Te darei também as noites mais belas,
Te cobrirei de beijos, serei teus desejos
E para a vida inteira serás minha Cinderela.
As noites são longas, não tenho mais sonhos.
São noites sem estrelas, vagueio e não há Luar
Nem sequer teus lábios para os meus poder adoçar
Nem sequer romantismo, à luz de uma vela.
Canto, canto o amor, para que possa ouvir
No meu desespero o meu coração chorar
Mas pensando em ti ele chora de mansinho
Passando a minha porta, ele não te irá assustar.

A. da fonseca

SPA AUTOR 16430
Poeta

Poemas de reflexíon :  O POETA NÃO SE ESCONDE
Ser poeta é ser alguém que escreve o que sente
É artista que escreve frases, juntando letra a letra.
Faz versos, quadras, poemas, rimas e não somente,
É uma pessoa que sonha e que vive sendo poeta.

Com tudo o que escreve, acaba por ser imortal.
Quantas coisas escreve, guarda sem saber aonde.
O que escreve tem sentido, mas também é irreal,
Escreve em casa ou na rua, o poeta não se esconde.

Tem a Lua como uma das fontes de inspiração.
Admirando este Astro ele se prepara para escrever
O luar lhe entra no corpo e lhe prateia o coração,
Morre em cena, o poeta não se esconde para morrer.

A. da fonseca

SPA Autor 16430
Poeta

Poemas de desilusión :  NÃO HÁ BANCO DE JARDIM PARA SONHAR
Foi feitiço que um dia te trouxe até mim.
Foi surpresa que adoeceu meu coração.
Mas o destino decidiu que fosse assim
E entre nós nasceu uma grande paixão.

Juntos à lareira sentados lado a lado
Trocávamos palavras e beijos de amor,
Era um amor verdadeiro, não era pecado
E a vida assim vivida tinha mais sabor.

Lembro-me ainda daquelas lindas rosas
Que com muito amor eu te as ofereci.
Ainda as vejo vermelhas, muito vaidosas
Por saberem que elas seriam só para ti.

Hoje o lugar frente à lareira está vazio
Leio as cartas de amor que trocávamos
As chamas da lareira, só me dão frio
Não há beijos de amor, nos abandonamos.

Procuro e não te encontro, estou só
Os jardins de Lisboa não têm Luar,
O nosso amor se transformou em pó
Não há um banco de jardim, para sonhar.

A. da fonseca

SPA Autor 16430
Poeta