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Oh noite... "Inverna-me" mais; Encharca-me mais e mais, de amor.
Oh noite... Em seu silêncio, em sua escuridão, oculte o meu tormento, encubra a minha paixão.
Não quero ser demasiado piegas... Mas como não ser, se agora estou?
Noite, quando você for, leve com você a minha dor.
A.J. Cardiais 10.08.1989
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Poeta
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Abrimos a porta para a besta fera da ganância... E, nesta instância, estamos sem saber como domina-la...
Deixamos que a ambição subisse-nos à cabeça... Perdemos a direção, e batemos no muro da lamentação...
E agora, coração? Eu nunca lhe dei atenção; nunca lhe perguntei nada... Sempre me achei o dono da razão, o dono da estrada...
Não sabia que Deus morava em nosso coração... Aliás, Deus para mim era um cifrão. Quanto mais números, melhor. Esse era o meu lema.
Hoje descobri, que o dinheiro não vale a pena, sem Deus no coração.
A.J. Cardiais 24.07.2009
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Poeta
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Tanta felicidade zanzando por aí... Nem para uma delas bater aqui, na minha porta. Onde foi que eu errei, vida minha?
Alguma canções tornam minha vida mais acre. Outras, mais doce. Será que existe o maldito do ogro? Alguém se lembra?
A felicidade pode bater em sua porta... É bom que você esteja em casa, para recebê-la.
A.J. Cardiais 08.12.1989
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Poeta
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Estou desperdiçando energias... Estou estraçalhando sinfonias, tal e qual um musico desafinado.
E o passado (sombra que manipula o presente) pula a barreira do tempo e, de repente, os erros nos entristecem...
Às vezes deixa uma coragem no presente, e uma interrogação no futuro:
O que estará escrito na palma da minha mão?
A.J. Cardiais 18.11.1983
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Poeta
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Eu não temo a morte... Eu temo esta vida insegura que está no porvir...
Eu temo esta avalanche de ideias, que temos que "engolir" e, sem sentir, fazermos parte do jogo.
Este jogo sujo de sempre querer mais, quando tudo poderia ser conseguido por muito menos.
A.J. Cardiais 11.10.1989
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Poeta
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Por mim o mundo acabaria agora, no meio de tanta felicidade. Uma dor em meu peito arde, embora ela não seja causa do momento.
Belisco doses de vinho e, sozinho, encontro-me em meu corpo.
Tenho, ou tive, uma espera, que me pode ser inútil. Sonhos desastrosos? Desejos inconcebíveis?
Belisco doses de vinho e, sozinho, me perco do encontro em que me encontrava...
A dor no peito agora, é causa do momento. Mas é abstrata.
Eu sigo e a vida passa.
A.J. Cardiais 13.04.1990
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Poeta
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Te amo, com toda sua agressividade para o verbo amar; com toda sua má vontade de se entregar; com todo esse capricho para fazer amor.
Te amo com a cara e a coragem. Se este amor for só de passagem, não perderei a viagem: irei até onde ele for.
A.J. Cardiais do livro: Poeminhas Açucarados
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Poeta
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Quero a poesia ao lado do povo, não só para agradá-lo.
Quero para ensina-lo ajuda-lo encoraja-lo excita-lo ou escorraça-lo, se preciso for...
Quero um poema cheio de amor. Mas não um amor piegas, cheio de flor, dor e cor...
Um amor vermelho, um amor sincero, que use prego e martelo para construir um sentimento belo.
A.J. Cardiais 22.02.2011
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Poeta
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O título quase me sufoca de solidão. Entre estradas de barro, poeira, mato e imaginação, lá vou eu...
Como companhia, só uns grilos cantando ao sol do meio dia. Alguém escuta esses grilos, ou é o som do sol ardendo nas plantas?
Por que interrogo, se não há ninguém ao meu redor?
De repente, os grilos silenciaram, eu fiquei surdo, ou a realidade se fez presente...
Olho em volta, procurando uma poesia que me mostre o caminho das palavras...
Um arbusto me acena e, usando o código surdo/mudo, me manda seguir o cheiro da intuição. E lá vou eu...
A.J. Cardiais 05.11.2019
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Poeta
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Eu nunca quis ser certo... Nem de longe, nem de perto.
Eu nunca quis ser nada. Nem caminho, nem estrada.
Eu nunca quis ser muito. Eu, que poderia ser tudo, hoje sou um quase nada.
A.J. Cardiais 09.12.2011
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Poeta
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