Poemas de amor :  Te amo assim
Te amo assim
Te amo
com toda sua agressividade
para o verbo amar;
com toda sua má vontade
de se entregar;
com todo esse capricho
pra fazer amor.

Te amo com a cara
e a coragem.
Se este amor
for só de passagem,
não perderei a viagem:
irei até onde ele for.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas :  Simplesmente Descrições
Simplesmente Descrições
Não descrevo só
minhas horas saudáveis.
Descrevo também
minhas horas frágeis.

Descrevo minhas loucuras
e minhas fraquezas.
Descrevo coisas puras,
mas cheias de riquezas.

Descrevo o que sinto,
o que vejo e o que passo.
Algumas vezes minto.

Rimo meu compasso
em busca de alimento...
É só isto que eu faço.

AJ Cardiais

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Poeta

Poemas de reflexíon :  Presos, Fora Das Prisões
Presos, Fora Das Prisões
Nós vivemos presos,
entre:

políticas
religiões
éticas
estéticas
medos
opiniões...

Nós vivemos presos,
fora das prisões.

AJ Cardiais

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Poeta

Poemas :  Isso tudo é pra mim
Isso tudo é pra mim
Você não vai
me dizer que sim...
Mas sei que você
se arruma é pra mim.

Pro meu direito,
pro meu defeito...
Pra minha loucura afinal,
você quer o meu bem
e o meu mal.

Você quer me ver
subir pelas paredes
e adormecer nas redes
da imaginação.

Deixe estar, coração...
Ainda te pego de jeito.
E vou deixar
gravado em seu peito,
a marca de um garanhão.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Tecendo o amanhã
Tecendo o amanhã
Precisamos tecer o amanhã.
Precisamos cantar
até raiar
um novo dia.

Precisamos de poesias
que não escondam
os frangalhos da vida.

Precisamos cantar
que nem os galos,
acordando a humanidade.

Acordar para trabalhar
por um novo dia.

O sonho ficou na noite.
Quem trabalhou sonhando
sabe que é hora de acordar.

Vamos cocoricar!

A.J. Cardiais

Obs. Inspirado no poema de João Cabral de Melo Neto: "Tecendo a Manhã"
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Poeta

Poemas :  Fotografias da alma
Fotografias da alma
Não escrevo poesias...
Descrevo sentimentos.
Faço umas “fotografias”
dos meus momentos.

Algumas vezes escrevo
uma trova vazia.
Outras vezes descrevo
minha monotonia.

Quando estou “por um fio”,
escrevo um poema arredio
cutucando o parlamento.

Quando estou inspirado,
escrevo um poema bordado
com chuva, sol e vento.

A.J. Cardiais
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Poeta

Poemas :  Defeito do Desejo
Defeito do Desejo
Se depois de um ato de amor,
você não ficar “flutuando”,
você não está amando...
Você está desejando.

O desejo tem esse defeito:
Depois de satisfeito,
acaba o “amor”.
Tudo perde o “efeito”.

AJ Cardiais

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Poeta

Poemas :  A tristeza como apoio
A tristeza como apoio
Tristeza não tem tamanho.
Nunca lhe acompanho
sem ter a certeza
de que a alegria
estará me esperando
em forma de poesia.

A tristeza não é minha,
é do tempo.
Se me perco por um momento,
ela me faz companhia.

Escuto sua voz querendo
me conquistar
e deixo-me levar
à procura da poesia
que gosta de ficar
dentro da melancolia.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Sonetos :  Sem os acabamentos
Sem os acabamentos
Quero sempre escrever
com amor, com vontade.
Não quero a vaidade
invadindo meu sentimento.

Quero sempre escrever
como quem toca um instrumento:
curtindo todo prazer
de soltar as notas musicais.

De nada vai me adiantar
saber demais
e perder o paladar.

Eu quero é deitar e rolar...
Quero habitar na poesia
sem os acabamentos finais.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  O que não se divulga
O que não se divulga
Eu vivo a poesia
que não se divulga.
Eu vivo uma pulga.
Eu vivo uma pedra.

Quem é que se julga?
Quem é que se enterra?
Qual a matéria viva,
que não apodrece?

Quem é que se lembra?
Quem é que se esquece?
De repente, está bom...
Logo depois, adoece...

Quem é que se lembra?
Quem é que se esquece?
Quem ficar imaginando
o fim do mundo,
enlouquece.

A.J. Cardiais
24.05.2009
imagem: a.j. cardiais
Poeta