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Você não está vendo, mas a vida é uma estrada... Não uma estrada que você pisa, uma estrada que você desliza.
Você segue, às vezes, sem querer por trilhas nunca imaginadas: Você tem um sonho, mas a vida lhe empurra um pesadelo medonho; outra historia nunca sonhada...
E você vai deslizando, segundo os caprichos da vida... Aí você fica me perguntando: e os meus sonhos? E tudo que eu estudei? Então eu lhe respondo: eu não sei...
A.J. Cardiais
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Poeta
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Passo o meu tempo estudando coisas desnecessárias. Coisas esquecidas, como a terra, por exemplo.
As pessoas esquecem que na terra tem vida, que a terra respira e que é alimento...
E o que fazem? Sufocam ela com cimento. É tão grande a necessidade humana, que se esquece das outras formas de vida.
Se na vida tudo está entrelaçado, quando matamos um lado, morremos em seguida.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Preciso concentrar-me mais... Preciso arregaçar as mangas do poema e botá-lo para lutar contra as injustiças sociais.
Meu mal, em mel se fez. A minha indignação ficou para trás. A minha fome feroz de tudo, esbarrou num sem fim de mundo e ficou brincando de rimar...
Eu deixei de sonhar e parti para o estudo. Perdi-me no sem fim de mundo e voltei com cara de tacho... E agora, onde me encaixo?
Solto este poema na correnteza, e deixo que ele me mostre o caminho.
A.J, Cardiais
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Poeta
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Tenho tanta coisa a dizer sobre mim, e talvez nem valha tanto, porque eu tenho um manto encharcado de ilusão.
Tenho uma opinião tão contraria de tudo, que olhando como estudo, estou sempre na contra mão.
Faço um poema tão livre, como é livre o vento, quando não tem cimento barrando sua direção.
O meu poema é natural: sem palavra hidrogenada, praticamente sem sal e sem conservantes técnicos para lhe dar mais promoção.
O meu poema é perecível, e dependente da situação.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Meu processo criativo é muito vivo, é muito louco, é muito ativo, é quase pouco...
É quase tudo ou quase nada. É quase estudo. É quase estrada.
É rima pura. É pura rima. É uma loucura que não se ensina.
É um devaneio, uma divagação... É como estar no meio de uma canção.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Se este poema tivesse a assinatura do Drummond,¹ não tornaria ele bom, mas daria mais respeito.
Afinal, Drummond não faria um poema de qualquer jeito... Alguma coisa ele queria dizer...
E tome a estudar o poema... E tome a escarafunchar, destrinchar, revirar o poema. Um ponto aqui, uma vírgula lá...
Tudo isso, procurando um sentido que as vezes o poeta, não queria dar. Às vezes ele só fez o poema para desabafar.
A.J. Cardiais imagem: google ¹Carlos Drummond de Andrade
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Poeta
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Preciso trabalhar mais... Preciso arregaçar as mangas do poema e botá-lo para lutar contra as injustiças sociais.
Meu mal, em mel se fez. Minha indignação ficou para trás. Minha fome feroz de tudo, esbarrou num sem fim do mundo, e ficou brincando de rimar...
Deixei de sonhar, parti para o estudo... Perdi-me no sem fim do mundo, e voltei com cara de tacho... E agora, onde eu me encaixo?
Solto este poema na correnteza, e deixo que me mostre os caminhos da pureza.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Não leio nada como um “estudo”... Ou talvez seja um estudo, o que eu procuro ler por curiosidade e prazer. Não sou adepto de nada, nem contra nada. Sou a favor da liberdade. Liberdade de expressão. Mas, com uma condição: procurar saber, procurar conhecer. Isso não significa fazer tal e qual “aprendeu”. Significa que sabe, conhece, mas segue o que quer seguir, o que dá prazer.
Se tudo que se aprendesse, fosse obrigado a fazer tal e qual, as coisas nunca mudariam. Na poesia por exemplo, eu sempre enfatizo para que leiam Drummond, Bandeira, Quintana, Leminski e outros. Eu peço que leiam, não como uma “obrigação”... Leiam para ter alguma ideia; para fazer alguma comparação. Se gostarem, continuem a leitura. Não acho válido alguém ler algo “só para mostrar que sabe”, sem nenhum prazer.
Mario Quintana disse: “Já li poetas de renome universal e, mais grave ainda, de renome nacional, e que no entanto me deixaram indiferente. De quem é a culpa? De ninguém. É que não eram da minha família”. ¹
É a isto que eu estou me referindo: ler algo que lhe é indiferente, só porque foi escrito por alguém de renome... Esse texto de Mario Quintana (Carta), quem se arvora a escrever poesia, deveria lê-lo, é ótimo.
¹ Mario Quintana Em: Carta Coleção Melhores Poemas Ministério da Educação – FNDE Pag. 90
A.J. Cardiais
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Poeta
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