Poemas :  Falando de amor
Por que não falar de amor,
se a dor que estou sentindo
e que está me consumindo
é justamente essa dor?

Por que não falar de amor,
se toda a humanidade
destrói-se, na verdade,
por falta de amor?

Por amor nós nascemos.
Com amor, nós crescemos,
construímos, evoluímos,
doamos, distribuímos...

Sem amor,
nós só destruímos,
nós morremos...

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas sociales :  Descaminhos da humanidade
Muito já se falou dos descaminhos
da humanidade...
A inveja, a usura e a vaidade,
serão nossas perdições.

Isso não é opinião,
é realidade.
Tem pessoas passando necessidade.
Tem muita gente
sem um pedaço de pão.

Você imagina o que é isso?
Estou aqui com um caniço,
tentando pescar alguém
que seja do bem,
para nos ajudar...

Pelo visto,
vou ter muito que pescar.

A.J. Cardiais
01.02.2010
Poeta

Poemas :  Tecendo o amanhã
Tecendo o amanhã
Precisamos tecer o amanhã.
Precisamos cantar
para raiar
um novo dia.

Precisamos de poesias
que não escondam
os frangalhos da vida.

Precisamos cantar
que nem os galos:
acordando a humanidade.
Acordar para trabalhar
por um novo dia.

O sonho ficou na noite.
Quem trabalhou sonhando,
sabe que é hora de acordar.
Vamos cocoricar!

A.J. Cardiais
11.04.2012
imagem:google

Em alusão ao poema de João Cabral
de Melo Neto: Tecendo a Manhã
Poeta

Poemas sociales :  Humanidade cega
Humanidade cega
Não precisa ser adivinho
para ver o caminho
da humanidade.
A minha sede, na verdade,
é saber o que se esconde
no ninho desta sociedade.

O que os poderosos pregam
e "repregam",
só entra na mente
dos que não enxergam.

São todos cegos
culturalmente,
religiosamente,
intelectualmente
e politicamente.

Cegos da mente,
do espírito
e de interpretação.
A humanidade está cega,
por causa da ambição.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Banalidade do amor
Banalidade do amor
Eu queria fugir
de toda essa banalidade,
que é falar de amor.

Mas falar de amor
é uma necessidade.

Como fica a humanidade
sem amor?

Você deve estar percebendo...
O mundo está derretendo
por falta de amor.

A.J. Cardiais
30.10.2009
imagem: google
Poeta

Poemas :  Um sorriso
Um sorriso
Como tombar um sorriso?
Ele é um patrimônio
da humanidade.
O sorriso é uma necessidade.
Quem quer entrar no paraíso,
dá sempre um sorriso
de verdade.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Cuentos :  Doação dos olhos
Resolvi! Vou doar meus olhos. Afinal, depois de muito pensar, cheguei à conclusão de que seria o melhor para eles.
O que eles vão fazer quando eu morrer? Se eu não os doar, eles irão comigo e apodrecerão também, não é mesmo? Não, não quero este triste fim para os órgãos que me fizeram ver maravilhas. Ainda mais os meus... Não estou querendo "puxar o saco", mas eles são ótimos. Enxergam bem à qualquer distância. Também pudera, eu os exercito bastante! Estão sempre em forma, apesar das pancadas e dos ciscos que os visitam de vez em quando.

É, vou doar os meus olhos... Será o melhor para eles. Não quero, quando morrer, que lá em cima (ou lá embaixo?), ao encontrar-me com alguém que foi cego, ficar arrependido quando ele começar a se queixar de que, por falta de humanidade, nunca conseguiu ver a terra, o mar, as plantas, as pessoas, os animais... Não sabe como é o azul do céu e do mar, que tanto ouviu falar; Não sabe como é a beleza das flores, das mulheres, das crianças... Que por falta de visão passou por esta vida, sentiu tudo, mas não viu nada; Não pode amar uma mulher (no caso, se eu estiver conversando com algum homem) pela atração física e sim por outros porquês que a falta de visão procura "compensar"... Mas, nunca é a mesma coisa.

Enfim, não quero ouvir o "lenga-lenga” de nenhum cego, e ficar com remorsos. Porque, se algum deles vier falar comigo, eu direi: Meu amigo, eu doei os meus olhos... Agora, não tenho culpa se eles não os deram a você, certo?

E também posso receber algum agradecimento de alguém que foi beneficiado com os meus olhos. E daí passaremos a conversar sobre o assunto:
-- Como é, você gostou dos meus olhos?
-- Gostei sim, rapaz. Eles eram ótimos! E olhe que eu fiquei dez anos com eles, e nunca precisei ir ao oftalmologista... E você, foi alguma vez?
-- Eu fui uma vez só. É que eles estavam "minando", sabe como é, né?
-- Eu sei... Eles ainda estavam com esse problema. Mas isto não era nada. Foi por você força-los muito...
-- Ora, mas afinal, eu tinha que testa-los, não tinha?
-- Tinha, mas foi demais.
-- É, eu devo ter exagerado mesmo... Sim, e como foi você, o que fez com eles?
-- Fiz a mesma coisa que você: Doei-os novamente. Não queria vê-los estragando debaixo da terra...

A.J. Cardiais
1981
Poeta