Poemas de sombríos :  Dark Night of the Soul
Dark Night of the Soul
Dark Night of the Soul




Respira a alma em longos haustos a pedir
Por mais vida à alma ferida e sofrida, pede
A Alma por mais harmonia, amor, beleza,
E por tudo que ela sempre desejou por eras.



O sofrimento da noite escura da alma leva
A alma à exaustão física e emocional, as dores
Dos traumas imobilizam-na em medos e confusões.



Chora copisamente a alma desejando que
A Luz mais uma vez renasça dentro de si,
Porém apenas a escuridão e medo são presentes.




​Na Noite Escura da Alma o ser humano decompõe-se
Como um corpo morto, as tristezas e amarguras são
Espinhos dolorosos na carne e no espírito humano.



​A Alma Sofredora será repurificada no fogo
Negro das paixões que se queimam na antiga
Noite Escura Da Alma para um novo renascimento!
Poeta

Textos :  A Melodia do Medo( Sketch II)
A Melodia do Medo( Sketch II)
1. A melodia do medo



A cena se passa na Espanha, em 1913.




Cena Única




Um porão contendo três armários. Um na parede esquerda onde tem uma porta e dois na parede do meio. Umas dez caixas ao lado de uma mesinha, todas fechadas, três banquinhos, um cabide, alguns chapéus velhos, roupas antigas em um cesto, uma velha rabeca, etc. No porão vemos um rapaz moreno, cabelos escuros, olhos negros, de 18 anos. Ele se chama Adolfo. Ele está trancado no porão, e procura um meio de sair.



Adolfo- Madrecita de Dios! Ayuda me! Já é a segunda vez que fico trancado neste porão, e da última vez... Oh, da última vez comecei a ouvir música vinda de fora. Oh, como detesto essas músicas que sempre tocam quando estou em casa! Na verdade, quase nenhuma música me agrada. Ou seja a melodia, o tom, a letra, ou tudo junto! Ayuda, Dios!


Ele vai até um armário e pega umas folhas, revira as folhas para ver se acha uma chave, mas não acha nada, joga tudo no mesmo lugar desorganizadamente. Vai até o primeiro armário do meio. Procura nas gavetas dele, mas não acha nada.


Adolfo- Cáspite! Meus dedos estão todos empoeirados! Isso aqui não se limpa há tempo. Preciso pedir ao Juan para limpar aqui.


Adolfo anda pelo porão olhando para todos os cantos para ver se acha alguma chave. Revira as roupas, mexe em duas caixas e não acha nada.



Adolfo( mãos na cabeça preocupado)- Estou aqui há quase uma hora. Por que fui tirar a siesta aqui? Essa porta sempre emperra, ou sei lá, só pode ser azar mesmo!




Adolfo continua procurando. Logo ouvimos em off um barulho de música popular. Adolfo para estremecido. Ele fica pálido, começa a ficar com medo. Ele se senta em um banquinho.


Adolfo- Não posso acreditar nisso! Não me faltava mais nada! Trancado nesse porão pela segunda vez, e agora a ouvir música!( Coloca as mãos no rosto consternado). Eu... Simplesmente preciso sair daqui e ir para o quarto dos fundos onde não se ouve quase nada!


Adolfo continua a procurar. Ele mexe em mais duas caixas colocando o conteúdo no chão. São alguns livros. Ele revira todos em busca de uma chave. Nada. Ele chuta alguns livros e a música continua tocando o que deixa Adofo mais preocupado.


Adolfo- Dios! Yo no puedo más! Eu preciso sair desse porão maldito!



Ele vai até o último armário e na gaveta da esquerda para a direita, ele acha três chaves. Sorriso de contentamento. Ele pega as chaves e vai até a porta. Testa uma, não funciona. Testa outra, não funciona. E na última, ele já está totalmente desesperançoso, mas ainda assim tenta, a chave quase funciona, mas a porta que é de ferro não abre.


Adolfo- Bom, se nada funciona... Bom, eu me lembro que da última vez... Bom, meu pai uma vez costumava me dizer que falar Eu crio enquanto falo realmente pode funcionar. Oh, mas eu vou dar mais uma busca por esse porão que adora me pregar peças.


Volta para o fundo do porão e remexe o restante das caixas. Enquanto tudo isso acontece, ainda há música soando. O que impulsiona Adolfo a buscar mais rapidamente para se livrar do som da música. Ele decide ir a porta e diz:


Adolfo- Eu crio enquanto falo! Eu crio enquanto eu falo! Eu crio enquanto eu falo! Eu crio enquanto eu falo! Eu crio enquanto eu falo!


A porta começa a se abrir. Adolfo tem uma expressão de contentamento, mas susto, pois é a primeira vez que pratica tal palavra, mesmo assim ele sai apressadamente do porão que ainda se ouve a música. E o pano desce.




FIM
Poeta

Textos :  Alegrias Noturnas( Sketch I)
Alegrias Noturnas( Sketch I)


Alegrias Noturnas




A cena se passa em Lisboa, Portugal, no ano de 1923.


Cena Única


Uma sala com uma cadeira, uma poltrona no lado esquerdo da sala, uma mesinha, umas duas garrafas de bebida, uma janela que está fechada e com uma cortina de cor vermelha. Um homem está sentado na poltrona, ele se chama Carlos Hortênsio Nunes. Uma mulher entra.


Carlos- Ah, você ainda está aqui, pensei que já havia ido embora há um bom tempo.

Mulher- Não, eu preferi ficar, mas se quiser que eu vá embora, eu posso ir.


Carlos(indiferente)- Isso depende da sua própria escolha, você quem sabe...


Mulher- Você sabe que só saio daqui depois do que sempre fazemos todas as noites.


Carlos( pega uma garrafa, um copo, enche o copo de vinho e toma ele pela metade)- Hoje pode ser diferente, minha cara, nunca se sabe quando o homem está disposto aquilo que sempre fazemos.


Mulher- Há quantos dias está bebendo, Carlos?


Carlos( Termina de beber e coloca mais para si)- Três dias inteiros. Minhas alegrias noturnas são o álcool, essa casa, de vez em quando ler um jornal e você.


Mulher- Claro, eu não poderia faltar, né? Mas a empregada limpou a casa hoje?


Carlos- Sim, limpou, e por isso estou na sala bebendo, senão estaria em outro lugar da casa.



Mulher- Você tem conversado com sua mãe? Ela me disse que você estava meio distante e frio com ela.


Carlos( irritado ao falar)- Mamãe sempre acha que quando a gente está falando ou está usando um tom distante ou frio quando a gente não concorda com o que ela fala, você sabe como ela é.


Mulher- Sim, e eu te entendo perfeitamente( Dá alguns passos pela sala)


Carlos( levanta-se, coloca mais vinho na taça, e vai até a janela e abre)- Nossa, a noite está incrível, eu deveria ir lá fora ver as estrelas, mas hoje prefiro ficar aqui em casa.



Mulher- Apenas bebericando vinho e pensando nos próprios problemas... Não sei como consegue ser assim tão fechado.


Carlos( bebe um gole de vinho)- Eu não sou fechado, eu apenas gosto de manter meus momentos íntimos.


Mulher- Posso beber o vinho?


Carlos(distraído)- Claro, fique à vontade. Ah, noite, como estás bela e deleitosa, em ti moram todas as belezas astrais de uma noite mágica...


Mulher- Está agora criando poemas para a lua?( Ri, bebe um gole de vinho)



A Mulher vai até a poltrona onde está a mesinha, ela pega a garrafa e coloca vinho em uma taça que está na mesinha.


Carlos( sai da janela, se aproxima dela)- Não, você sabe que estou com os meus escritos parados, mas ainda consigo recitar poemas ou inventá-los na hora...

Mulher- Carlos, Carlos, eu acho que sei o que você precisa para voltar a escrever maravilhosamente bem como antes.


Carlos( ingênuo)- O quê?


A Mulher avança nele e lhe dá um beijo apaixonado na boca, o qual ele retribui na mesma intensidade. Eles vão até uma escada do lado direito da sala e começam a subir se beijando, Carlos tenta falar, mas a Mulher o impede com mais beijos.



Tudo fica escuro e o pano desce.
Poeta

Poemas surrealistas :  Caixões falantes
Caixões falantes
Línguas cadavéricas sussuram em idiomas perdidos, o hebraico
Antigo, o ciríaco, o babilônio e farsi só se ouvem nas medidas
Mortuárias estranhas, confusas, a cada passo mortuário
Línguas escondidas movem-se nos caixões falantes...



Vórtices azulados, negros, purpúreos sussuram em linguagens
Metafísicas, acaso vais aos países dos mortos em que toda
A vida não é mais que um sono distante e pesado?
Acaso procuras um sentido metafísico ou inteligível?



Nos pensamentos executados por caixões ébrios, teu espírito
Conclama aos Altos Céus que nunca o deixem falar, e que toda
Voz seja apenas mudo secretismo de antigos mistérios...



Sobre o céu estrelado, ouve-se litanias murmurosas...
Estações despreendidas de sacrilégios removem
A vida, a morte, a fecundidade para o abismo deletério,
E o cetro de Hades decreta toda a Vida finda amargamente.



Linguagens de caixões serão ouvidas nos absconsos
Poços aquáticos, e cada murmúrio é uma nova fecundação
Que leva a um novo corpo a decompor-se nas imagens
Vermelha, negra, marrom de verões e outonos olvidados!
Poeta

Poemas de sombríos :  O Suplício de Ares
O Suplício de Ares
No tormentoso vaso de bronze o grande
Deus da guerra debate-se furiosamente,
Durante treze luas o deus da guerra vive
Em vaso de bronze colocado pelos infames
Oto e Elfiates, seu furor assemelha-se
Ao medo incontido de estar preso.



Grandes gigantes, vós sois aquelas facetas do
Universo que estão sempre a se destruir e aqueles
Que estão em volta, vós não apenas cumpris os ardis
De todos os males, mas o mal em si encarna em vossas
ações.



Mas aquele de ligeiros pés, Hermes, o veloz e ágil
Deus recomhece a dor do deus belicoso, e com
Suas mãos a retirada do deus em suplício finaliza-se
Num urro marcial que os deuses desprezam,
A vingança será sorvida por aqueles que ousaram
Levar o grande Ares ao suplício de vergonha e dor!
Poeta

Haikais :  5 Haikais
5 Haikais
​I


Reino oculto
Dentro da terra
Reino mítico.


II


Marte sacia
Do sangue
Humano na guerra.


III


Dia de chuva
Tédio total
Dentro de casa.


IV


Música militar
Tropas marcham
Morte recente.


V


Astros bailam
Destino predito
Nas vidas humanas.
Poeta

Poemas de sombríos :  Loucura
Loucura
Loucura

Vi um sonho na praça
Sentado de pernas cruzadas.
Minha loucura constante
Não se aproxima, apenas
Observo sentado em meu escritório
Tomando meu café escuro e existencial.



Olho com seriedade
Busco na flecha que atinge
Com precisão o objetivo,
Claro estava que falava comigo.


Na minha loucura pensei
Infame e grotesco, que passo
Ele queria que eu desse?
Tenho que seguí-lo?
Onde? O que queres de mim?


E acabo de ver que movia os
Pés quase como um gesto de consolo.

O aroma do café não
Era o mesmo, um odor
Rosa totalmente desnudo
Invadiu as minhas narinas.

Rajada de vento que nunca
Se soube o nome, a ideia solitária
Que pensava se encontrava no mistério.
Poeta