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Gosto de acender as horas, para o tempo enxergar o caminho. O tempo nunca anda sozinho. Anda com uma comitiva de chuva, sol, vento e tempestade.
O tempo parece lento. O tempo não tem idade. Mas o relógio não acompanha sua velocidade.
Ninguém consegue medir o tempo. O tempo é imenso e, ao mesmo tempo, curto. O tempo é uma loucura...
Tem coisas que com o tempo, mata... Tem coisas que com o tempo, cura.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Não consigo fabricar palavras... As que eu uso, são postas em minha boca, já com o sabor da coisa.
Sou a poesia solta, seguindo as folhas que o vento leva, só para brincar... Sou a imagem das folhas ao vento. Sou este divertimento.
A.J. Cardiais 06.01.2011
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Poeta
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Quero continuar existindo nesta casa pequena, com esta vida amena e esses quadros cafonas na parede...
A minha rede, é este horizonte aveludado. Onde me deito quieto, calado, escutando a voz do vento, quando ele passa assanhado.
O meu perfume, é o de brisa do mato. Só uso quando visto o lume das estrelas, e saio para brincar com os astros.
O resto é sonho.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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A cidade engoliu o verde que aqui havia, deixando no lugar montanhas de alvenaria.
O vento passa devagar, a vida demora a chegar (se é que há vida nesse lugar) e a rima corta uma volta, para se libertar.
Antropofagicamente, absorvo tudo: somo, incorporo, faço um estudo...
A cidade é tão desumana, quanto insana. Tem gente que se engana, porque gosta de se enganar.
A.J. Cardiais 03.01.2014
Do livro: Antropofagicamente Poético https://clubedeautores.com.br/books/se ... C3%A9tico&sort=&topic_id=
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Poeta
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A fé me faz ser livre demais ou prisioneiro demais. A fé me leva a fé me traz...
A fé é o ar, é o vento; é um acontecimento; é um pensamento; é o acreditar...
“A fá não costuma falhar...” *¹ Vou, e vou chegar. Estou, mas vou melhorar... “A fé num custuma faiá” *¹
A fé está em nossa natureza: no amor, na beleza, no pão que chega à mesa, na correnteza do mar.
A.J. Cardiais imagem: Google
*¹ Em: Andar Com Fé Musica de Gilberto Gil
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Poeta
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Nunca fui um obstinado... Nunca lutei por nada. Sempre segui a estrada, segui a vida segui o vento segui o movimento da maré.
Sempre estive para o que der e vier. Fui um barco à deriva, não me preocupando com minha própria vida.
Se cheguei até aqui, foi por acaso ou por sorte. E digo: nunca me preocupei com a morte.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Não tenho medo de morrer... Tenho medo das coisas que acompanham o viver.
Viver é um verbo indecifrável: às vezes o vento é contra, às vezes está favorável.
Tem vezes que você levanta, e "pisa na vida" com o pé esquerdo...
É dessa coisa que eu tenho medo: acordar o "lado azedo".
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Antes, o que eu dizia ser minha poesia, era tudo ilusão.
Antes, a minha mão de reger fantasia, descrevia o passo da canção.
Hoje, o meu soneto é lento...
Escrevo como o vento: Corroendo os acervos.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Coitado do vento... Vem se esbarrando nos prédios, construídos sem um ordenamento que não lhe barre a passagem.
Deixe o vento passar, e levar os pensamentos poluídos de coisas destruidoras.
Deixe o vento passar, como uma vassoura, e varrer toda poluição.
Quando o vento se zanga, e vem como um furacão, as pessoas ficam dizendo que é uma maldição.
Deixe o vento passar, para depois não reclamar.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Muitas caminhadas já dei até aqui... Muitas foram apagadas pelo vento.
Quando o vento sopra, olho em volta para ver se vejo o que ele apagou.
Mas o vento também traz lembranças das minhas andanças...
Quando ele quer provocar ele me faz recordar do meu tempo de criança.
.A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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