Poemas sociales :  Levando no grito
Levando no grito
É no meio do povo
que eu vivo.
Sofrendo suas dores
correndo seus perigos...

Não posso argumentar
de nuvens
se vivo poluído de ruas,
de realidades cruas
e de contas a pagar.

Mal posso sonhar
pois a realidade é um apito...
Então, levo tudo no grito
para não me entregar.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  O poeta e o povo
O poeta e o povo
Perdi minha lógica
quando adentrei-me pela léxica.
Deixei a poética
e precisei de uma análise sintática.

Mudaram a gramática,
foi aí que me confundi todo...
Então fiz um engodo:
Vou dizer que sou poeta.

O poeta pode tudo.
Pode mudar o mundo
que alguns procuram entender
e a maioria não quer nem saber...

O poeta e o povo
começam com pê.
Pê de pobre e também de poderoso.

O poeta incita o povo a mudar.
Mas o povo, só quer gozar.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas sociales :  Mal traçados versos
Mal traçados versos
Venho por estes mal traçados versos
mostrar assuntos diversos,
de situações reais.

Venho, sem “traços intelectuais",
falando de coisinhas banais
e do sofrimento do povo
deste nosso país.

Não preciso dizer quase nada,
pois a “imagem” já diz:

Este povo é feliz,
porque nasceu para ser...
Mas a situação é de entristecer.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Herança do meu pai
Herança do meu pai
O meu pai me deixou de herança,
além do amor à festança:
o valor da honestidade,
a riqueza da simplicidade
e a nobreza da humildade.

Meu pai era da folia:
sanfoneiro à noite,
pedreiro de dia.
E as horas vagas
ele enchia de alegria.

Meu pai, com suas ferramentas,
concretizou muitos sonhos.
E com seu instrumento
fez muita gente dançar...

Eu não concretizo nada
com minha ferramenta...
E com meu instrumento,
tento fazer o povo pensar.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Crónicas :  Escrevendo para as paredes
Fico procurando sobre o que escrever... Assunto é o que não falta. Mas acontece que eu tenho uma maldita preocupação, com o futuro deste país. Não se espante porque eu chamei de maldita, porque é maldita, sim. Se é algo que me incomoda! E o que nos incomoda, só pode ser maldito. Quando eu vejo um bando de políticos corruptos, usurários, desumanos, “tomando conta” do país, e outro bando que se diz “politizado”, só esperando a oportunidade de se dar bem, eu fico injuriado e tento alertar o pobre do povo.

O povo... Mas que povo? O povo não gosta de política, o povo não gosta de ler, o povo só quer se entreter e esquecer da vida dura ou da vida de duro. O povo já se entregou e acha que não pode fazer nada...
Quando eu vejo esses jovens idolatrando celebridades que só estão preocupadas com o glamour, com os holofotes, as capas de revistas, mas não dizem uma palavrinha sobre o futuro desses jovens, sobre o futuro do Brasil, eu fico injuriado. Essas celebridades podem até dizer que ajudam obras assistenciais, mas isso não muda nada... As obras assistenciais não assistem a todo mundo. Eu quero ver elas fazerem como os artistas da minha geração: Chico, Caetano, Gil, Vandré, Glauber... Eu quero ver elas mostrarem a cara e falarem para o povão: Está tudo errado, vamos mudar essa situação. Não é esse o Brasil que nós queremos. Mas elas não vão fazer isso... Estão todas ricas, milionárias, de bem com a vida. Elas não vão procurar se indispor com os políticos... É a política da boa vizinhança: rico não incomoda rico.

Falando em se indispor com os políticos, eu vi o que aconteceu com o cantor Luis Caldas, aqui na Bahia, porque ficou contra ACM(avô): ele foi condenado ao ostracismo. Se ele não tivesse talento e o reconhecimento dos colegas, teria “sucumbido”. Aí eu pergunto: que “democracia” é essa? E não se enganem não, porque filhos e netos de tubarões são tubarõezinhos. E o povo fica alimentado essas “ferinhas”, na esperança de que elas façam do Brasil um “mar de rosas”. Se elas fizerem do Brasil um “mar de rosas”, elas vão comer o que? Apesar de comerem tudo que encontra pela frente, as rosas não servem para alimentar tubarões. E onde tem tubarões, o mar só fica é vermelho.

O título: Escrevendo para as paredes, é uma analogia ao que as pessoas dizem quando alguém está falando, e ninguém está escutando: falando com as paredes.

Bem, vou postar assim mesmo porque, cada vez que eu leio para ver se tem alguma coisa errada, acabo acrescentado ou tirando “coisas” e talvez até errando mais.

A.J. Cardiais
06.01.2012
Poeta

Poemas :  Acertei na poesia
Vou jogando meus poemas por aí,
para ver se eles despertam
na manhã um novo dia.

Para ver se acendem
uma nova confraria,
que alimente o povo
de pão, de paz e de poesia.

Vou jogando os meus poemas,
como quem joga na loteria:

Enquanto não sai o resultado,
eu fico acreditando
que acertei na Poesia.

A.J. Cardiais
11.10.2010
Poeta