Poemas :  Meu processo criativo
Meu processo criativo
Meu processo criativo
é muito vivo,
é muito louco,
é muito ativo,
é quase pouco...

É quase tudo
ou quase nada.
É quase estudo.
É quase estrada.

É rima pura.
É pura rima.
É uma loucura
que não se ensina.

É um devaneio,
uma divagação...
É como estar no meio
de uma canção.

A.J. Cardiais
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Poeta

Poemas :  Réu confesso
Réu confesso
Eu não tenho praia...
Gente da minha laia,
rima em qualquer lugar.

Meu poema quer navegar...
Singrar este mundo diverso.

E, quando eu voltar,
(réu confesso)
contar meus pecados
em versos.

A.J. Cardiais
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Poeta

Poemas :  Temperado um poema
Temperado um poema
Pegue algumas dúzias de palavras,
misture-as com seu sentimento,
e jogue tudo que se passa
no momento...

Deixe fervilhando
por um bom tempo,
e vá colocando
algumas doses de rima. (se você gostar)

Procure mexer as palavras,
num ritmo que não desande...
Quando achar que está pronto,
deixe esfriando na gaveta,
até que você o esqueça...
(conselho de Drummond e Quintana)

Depois que passar a euforia,
leia o seu poema, experimente-o.
Se achar que está bom, sirva-o.
Mas não espere agradar tudo mundo,
cada pessoa tem um paladar.

A.J. Cardiais
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Poeta

Poemas :  Tentativa de poema
Tentativa de poema
Fico aqui sonhando
que alguém está lendo
meu poema, e se encontrando.
Mas eu não me encontrei.
Estou perdido entre os poemas
e minhas “incondições”.

Meus erros são sem soluções.
Meus versos buscam razões,
que não é qualquer rima
que pode responder.
Minha busca é um dever
ou uma obrigação, não sei.

Só sei o que me dei,
o que me dou e o que tento.
Agora, neste momento,
estou tentando escrever...
Dá para entender?

A.J. Cardiais
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Poeta

Poemas :  Transpirando vida
Transpirando vida
A minha poesia
só quer transpirar
a vida.

A vida frágil
a vida fértil
a vida dura...

Cada um
com sua rima
com sua resma
com sua loucura.

Cada poeta
tem uma meta.
E a minha
não é ser atleta
para disputar palavras
e subir ao pódio.

A minha é mostrar
o que eu sou,
sem medo de apelar
para dona simplicidade.

A.J. Cardiais
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Poeta

Poemas :  Na correnteza
Na correnteza
Preciso trabalhar mais...
Preciso arregaçar as mangas do poema
e botá-lo para lutar
contra as injustiças sociais.

Meu mal, em mel se fez.
Minha indignação ficou para trás.
Minha fome feroz de tudo,
esbarrou num sem fim do mundo,
e ficou brincando de rimar...

Deixei de sonhar, parti para o estudo...
Perdi-me no sem fim do mundo,
e voltei com cara de tacho...
E agora, onde eu me encaixo?

Solto este poema na correnteza,
e deixo que me mostre
os caminhos da pureza.

A.J. Cardiais
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Poeta

Sonetos :  Poema sem poesia
Poema sem poesia
Estou num vazio...
Não é do mar,
nem é do rio...
Sou rima somente.

Vou nadando
contra a corrente
e mergulhando
no vazio...

Sou o cio
do silêncio.
Sou a palavra no cio.

Sou o que foi escrito
e agora “está frito”,
porque a poesia partiu.

A.J. Cardiais
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Poeta

Poemas :  Sob o ritmo dos fonemas
Sob o ritmo dos fonemas
Para entender-me
é preciso estar livre,
é preciso estar solto...
Não ser vinculado a nada.

Escrevo como uma ovelha
desgarrada
que sai em disparada
à procura de uma rima louca
para meu aconchego.

Escrevo como um louco
que não tem assunto,
mas "assunta" tudo
e não guarda segredo.

Danço sob ritmo dos fonemas.
Faço um gingado com as palavras
e traço meus poemas.

A.J. Cardiais
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Poeta

Sonetos :  Soneto de amor a arte
Soneto de amor a arte
Um soneto bate em minha porta
numa hora imprópria, errada.
Tentando não perdê-lo por nada,
eu jogo-o numa rima torta.

Tanta coisa assim me invade
sem “se tocar”. Quem se importa?
Para ele, hora imprópria, morta,
tanto pode ser cedo como tarde.

Mas de que reclamo,
se este é o prêmio
por dizer que o amo?

Tanto faz: Hora, dia, ano...
Quando morto: um gênio!
Quando vivo: um insano!

A. J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Poetizando-me
Poetizando-me
Na poesia de minha vida:
tem horas que há rima rica,
tem horas que há rima pobre,
tem horas que a rima encobre
um mar negro de situações...

Tem horas de muitas emoções...
Por sinal, é o que mais há.
Tem horas de meditar
e me distanciar
desta velocidade moderna.

Tem horas que é de eterna
calmaria, ou falta de vento...
Pois é neste momento
que espero a poesia
trazer-me algum alento.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta