Poemas :  Direto ao coração
Direto ao coração
Nem sempre a perfeição
cai no agrado do povo.
O povo usa é a emoção
para encontrar distração.

O povo se encanta com algo
não por ser “perfeito”.
Se encanta porque vai direto
ao seu coração.

A.J. Cardiais
01.06.2011
imagem:google
Poeta

Crónicas :  Escrevendo para as paredes
Escrevendo para as paredes
Fico procurando sobre o que escrever... Assunto é o que não falta. Mas acontece que eu tenho uma maldita preocupação com o futuro deste país. Não se espante por eu ter chamado de maldita, porque é maldita sim. Se é algo que me incomoda! E o que nos incomoda, só pode ser maldito. Quando vejo um bando de políticos corruptos, gananciosos e desumanos, “tomando conta” do país, e outro bando que se diz “politizado”, só esperando a oportunidade de se dar bem, fico injuriado e tento alertar o pobre do povo.

O povo... Mas que povo? O povo não gosta de política, o povo não gosta de ler, o povo só quer se entreter e esquecer da vida dura, ou da vida de duro. O povo já se entregou e acha que não pode fazer nada...
Quando vejo esses jovens idolatrando celebridades que só estão preocupadas com o glamour, com os holofotes e as capas de revistas, mas não dizem uma palavrinha sobre o futuro desses jovens, sobre o futuro do Brasil, eu fico injuriado. Essas celebridades podem até dizer que ajudam obras assistenciais, mas isso não muda nada... As obras assistenciais não assistem a todo mundo. Eu quero vê-las fazendo como os artistas da minha geração: Chico, Caetano, Gil, Vandré, Glauber... Eu quero vê-las mostrando a cara e falando para o povão: “Está tudo errado, vamos mudar esta situação. Não é este o Brasil que nós queremos”. Mas elas não vão fazer isso... Estão todas ricas, milionárias, de bem com a vida. Elas não vão procurar se indispor com os políticos... É a política da boa vizinhança: rico não incomoda rico.

Falando em se indispor com os políticos, eu vi o que aconteceu com o cantor Luis Caldas, aqui na Bahia, porque ficou contra ACM: ele foi condenado ao ostracismo. Se ele não tivesse talento e o reconhecimento dos colegas, teria “sucumbido”. Aí eu pergunto: que “democracia” é essa? E não se enganem não, porque filhos e netos de tubarões são tubarõezinhos. O povo fica alimentado essas “ferinhas”, na esperança de que elas façam do Brasil um “mar de rosas”. Se elas fizerem do Brasil um “mar de rosas”, elas vão comer o que? Apesar de comerem tudo que encontra pela frente, as rosas não servem para alimentar tubarões. E onde tem tubarões, o mar só fica é vermelho.

O título: Escrevendo Para as Paredes, é uma analogia ao que as pessoas dizem quando alguém está falando e ninguém está escutando: falando com as paredes.

A.J. Cardiais
imagem: google
Texto extraído do livro Mora, na Filosofia
Poeta

Poemas :  O dito ou maldito
O dito ou maldito
Os “teóricos” querem tanto
que o poeta diga algo
como nunca foi dito...

O povo que não entende
acha o poema esquisito,
e tacha o poeta como “maldito”.

Não faço poema bonito,
porque não cabe em meu canto.
Faço um poema de espanto,
e vale o que está escrito.


A.J. Cardiais
09.05.2014
imagem: google
Poeta

Poemas sociales :  Poema duro
Poema duro
Não posso ter uma poesia bela,
vendo tanto sofrimento na tela.
Não tenho uma palavra doce
como se a realidade assim fosse...

Tenho um poema duro,
ousado, impuro.
Como ser feliz,
vendo tanta infelicidade
vagando pela cidade?

De que me adiantará um nome
se não puder amenizar a fome?
De que serve a “intelectualidade”,
vendo o povo sem dignidade?

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  O poeta e o povo
O poeta e o povo
Perdi minha lógica
quando adentrei-me pela léxica.
Deixei a poética
e precisei de uma análise sintática.

Mudaram a gramática.
Foi aí que me confundi todo...
Então fiz um engodo:
vou dizer que sou poeta.

O poeta pode tudo.
Pode mudar o mundo
que alguns procuram entender
e a maioria não quer nem saber.

O poeta e o povo
começam com "pê".
"Pê" de pobre e também
de poderoso.

O poeta incita o povo a mudar,
mas o povo só quer gozar.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Acertei na Poesia
Acertei na Poesia
Vou jogando meus poemas
para ver se despertam
a manhã de um novo dia;

Para ver se acendem
uma nova confraria
que alimente o povo
de pão, de paz e de poesia.

Vou jogando meus poemas
como quem joga na loteria:
enquanto não sai o resultado,
fico acreditando
que acertei na poesia.

AJ Cardiais

imagem: google
Poeta

Poemas :  O poeta e o povo
O poeta e o povo
Perdi minha lógica
quando adentrei-me pela léxica.
Deixei a poética
e precisei de uma análise sintática.

Mudaram a gramática,
foi aí que me confundi todo...
Então fiz um engodo:
Vou dizer que sou poeta.

O poeta pode tudo.
Pode mudar o mundo
que alguns procuram entender
e a maioria não quer nem saber...

O poeta e o povo
começam com pê.
Pê de pobre e também de poderoso.

O poeta incita o povo a mudar.
Mas o povo, só quer gozar.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas sociales :  Mal traçados versos
Mal traçados versos
Venho por estes mal traçados versos
mostrar assuntos diversos,
de situações reais.

Venho, sem “traços intelectuais",
falando de coisinhas banais
e do sofrimento do povo
deste nosso país.

Não preciso dizer quase nada,
pois a “imagem” já diz:

Este povo é feliz
porque nasceu para ser...
Mas a situação é de entristecer.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Poetas para quê? - II
Poetas para quê? - II
Poeta para quê?
Para poetar a vida?
Mas o povo não quer saber
de poesia.
O povo quer é viver
na folia.

Para o povo a vida não é poesia...
A vida é uma correria
atrás do pão de cada dia.
E quem ganhou pão demais,
agora quer mordomia
e nem olha pra trás,
para não ver a agonia.

“Viver e não ter a vergonha
de ser feliz"...(¹)
Quem me diz
onde está a felicidade?

Está no medo do covarde,
que foge da realidade?
Está na coragem do valente,
que enfrenta o batente
com honestidade?

E o poeta faz o quê?
Está no mundo da lua,
ou está no meio da rua
tentando esclarecer?

“Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução".(²)

¹ Gonzaguinha – O Que é, O Que é?
² Carlos Drummond de Andrade -
Poema de Sete Faces

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas sociales :  Poema Duro
Poema Duro
Não posso ter uma poesia bela,
vendo tanto sofrimento na tela.
Não tenho uma palavra doce
como se a realidade assim fosse...

Tenho um poema duro,
ousado, impuro.
Como ser feliz vendo
tanta infelicidade
vagando pela cidade?

De que me adiantará um nome
se não puder amenizar a fome?
De que serve a “intelectualidade”,
vendo o povo sem dignidade?

AJ Cardiais

imagem: google
Poeta