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O retrato é a seca: Costelas de fora, urubus na espreita...
Quem “se apaga” não deita, nem deleita o sonho do suor derramado.
Sede de viver é sofrer é penar é lutar
Sozinho, contra um mundo de ambição.
A.J. Cardiais 25.11.1983 imagem: google
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Poeta
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A vida gosta muito de quem gosta dela, de quem a ama e de quem luta para viver...
Já a morte não gosta de quem gosta dela. Afasta-se de quem a procura e raramente atende um chamado.
A morte gosta mesmo é de ficar provocando, quem diz amar a vida.
Ela fica incomodando, perturbando, assustando... Até a pessoa acabar se entregando.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Todo mundo um dia terá que morrer. Não adianta valentia, não adianta ter poder.
Não adianta ser famoso ou ser um Zé Ninguém. Não adianta ser religioso e só praticar o bem...
Não adianta ter dinheiro ou não ter um vintém. Pode ser um maloqueiro
Ou um grande doutor... Ela sempre leva alguém: Seja a pessoa o que for.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Fico escrevendo coisas (talvez sem importância) para ir levando a vida até a “última instância”.
Com a mente distraída, (mas levando tudo à sério) tento descobrir o mistério até a hora da minha partida.
A vida não é brinquedo. Mas se não levá-la brincando você acabará apanhando.
A vida guarda um segredo, que só lá “do outro lado” é que tudo será revelado.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Passei toda minha vida brincado... Brincando de brincar brincando de estudar brincando de ser poeta brincando de trabalhar brincando de pai de família brincando de homem responsável brincando de ser senhor... Enfim, brincando com a vida, brincando “de viver”.
Hoje, brinco com a morte. E se eu tiver sorte, ela ganha de mim sem eu perceber.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Não sei como a morte virá me levar... Se eu tiver sorte, ela me levará dormindo... Aí morrerei sorrindo, sonhando que estou partindo, quando na verdade já parti.
Se eu tiver sorte também, ela me levará quando eu estiver escutando música. Aí morrerei sentado. Quando todos pensarem que estou dormindo, já passei para “o outro lado”.
Amiga morte, quero morrer forte! Não quero morrer definhando ou então lutando para continuar aqui... Quero, de uma vez, partir. Depois eu volto pra dizer que morri.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Às vezes precisamos cair para sentir a humildade do chão... Nós sempre pisamos nele e nunca pedimos perdão.
Nós cuspimos, sujamos, construímos, moramos... Nós fazemos tudo com o chão.
Nós o abafamos, cobrindo com pedras, com cimento, com asfalto... E ele suporta nosso maltrato.
Quando caímos, o chão nos apara... Quando morremos, o chão nos ampara.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Sinto que estou morrendo... Alguma coisa dentro de mim está chegando ao fim.
Está sempre acendendo e apagando, como se estivesse me alertando:
Atenção, sua viagem está terminando!
Vá consertando suas “traquinagens” e se desfazendo destas bagagens.
Onde estará entrando, não precisa destas bobagens.
A.J. Cardiais
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Poeta
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As pessoas precisam entender que não existe “preparação” certa, para evitar a morte. Quando o médico manda o paciente evitar de comer gordura, fritura, sal, açúcar, deixar de beber, de fumar, fazer exercícios etc, ele está fazendo isso para que a pessoa viva com saúde e evite as doenças. Quando ele fala que se a pessoa continuar fazendo uso dessas coisas irá morrer logo, eu acho que ele só esta querendo assustar. Acredito que a morte só leva alguém, quando chega o dia da pessoa. Se fosse assim, todas as pessoas que malham e que se cuidam, só morreriam bem idosos. Mas não é o que a vida nos mostra.
Vejam como só morre quem tem que morrer: Quantos acidentes você já ouviu falar que, entre várias pessoas, só uma ou duas ficam vivas? Uma vez eu li (isso já faz tempo) que um avião havia caído em um lugar, e o único sobrevivente foi um bebê... Como pode? O caso do cantor Herbert Viana é um exemplo.
Tem gente que come tanta “porcaria” que faz mal à saúde, e não sente nada... Às vezes morre de velho. Tem gente que bebe, fuma... pinta os canecos, e só vai morrer depois de velho. Aí vão dizer: É uma questão de genética. Recentemente um médico, de 51 anos, morreu vítima de infarto fulminante. Como eu não entendo de medicina, eu pergunto: Para ele ter esse infarto fulminante, ele já deveria apresentar qualquer sintoma que indicasse essa possibilidade, não? O cara era presidente do Sindicato dos Médicos. Não é possível que ele não soubesse qualquer coisa, a respeito dele mesmo. Segundo estou lendo aqui no jornal, ele mesmo entrou em contato com a SAMU, quando sentiu-se mal. E quando estava sendo encaminhado a um hospital, teve duas paradas cardíacas.
Se fosse uma pessoa qualquer, talvez até os parentes ficassem culpando os médicos do SAMU, pela morte. Dizendo que eles demoraram, que eles foram negligentes etc. As pessoas sempre querem um culpado para a morte de alguém. E a morte, como não é besta, procura sempre uma desculpa pra dizer que a pessoa morreu por causa disso e daquilo, não porque chegou o dia da pessoa partir.
A.J. Cardiais
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Poeta
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As pessoas precisam entender que não existe “preparação” certa, para evitar a morte. Quando o médico manda o paciente evitar de comer gordura, fritura, sal, açúcar, deixar de beber, de fumar; procurar fazer exercícios etc, ele está fazendo isso para que a pessoa viva com saúde e evite as doenças. Quando ele fala que se a pessoa continuar fazendo uso dessas coisas irá morrer logo, eu acho que ele só esta querendo assustar. Acredito que a morte só leva alguém, quando chega o dia da pessoa. Se fosse assim, todas as pessoas que malham e que se cuidam, só morreriam bem idosos. Mas não é o que a vida nos mostra.
Vejam como só morre quem tem que morrer: quantos acidentes você já ouviu falar que, entre várias pessoas, só uma ou duas ficaram vivas? Uma vez eu li (isso já faz tempo) que um avião havia caído em um lugar, e o único sobrevivente foi um bebê... Como pode? O caso do cantor Herbert Viana é um bom exemplo.
Tem gente que come tanta “porcaria” que faz mal à saúde, e não sente nada... Às vezes morre de velho. Tem gente que bebe, fuma... Pinta os canecos, e só vai morrer depois de velho. Aí vão dizer: é uma questão de genética. Recentemente um médico, de 51 anos, morreu vítima de infarto fulminante. Como eu não entendo de medicina, eu pergunto: para ele ter esse infarto fulminante, ele já deveria apresentar qualquer sintoma que indicasse essa possibilidade, não é verdade? O cara era presidente do Sindicato dos Médicos. Não é possível que ele não soubesse qualquer coisa, a respeito dele mesmo. Segundo estou lendo aqui no jornal, ele mesmo entrou em contato com a SAMU, quando se sentiu mal. E quando estava sendo encaminhado a um hospital, teve duas paradas cardíacas.
Se fosse uma pessoa qualquer, talvez até os parentes ficassem culpando os médicos do SAMU, pela morte. Dizendo que eles demoraram, que eles foram negligentes, etc. As pessoas sempre querem um culpado para a morte de alguém. E a morte, como não é besta, procura sempre uma desculpa pra dizer que a pessoa morreu por causa disso e daquilo, não porque chegou o dia dela (da pessoa) partir.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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