Poemas :  À deriva
À deriva
Sou um barco à deriva
dando viva
à liberdade.

Sou a necessidade satisfeita.
Sou o amor quando se enfeita
para fazer caridade.

Sou a vontade
de transformar o mundo,
mostrando que o vagabundo
é que está com a verdade.

Chega de maldade,
chega de ganância...
Toda esta vaidade
leva-nos à última instância.

A. J. Cardiais

imagem: google
Poeta

Poemas :  Palavras feito capim
Palavras feito capim
Eu quero a felicidade
dos que moram nas cabanas;
dos que vivem dando bananas
para esta sociedade.

Quero a liberdade
dos que vivem sem ter grana;
dos que dormem na grama,
sentindo-se muito à vontade.

Eu só quero é poder rimar.,,
Fazer poesia de qualquer forma.
Sei que poesia tem uma norma,
mas não quero me “normatizar”.

Eu quero deixar sair de mim,
palavras livres como capim,
que nascem em qualquer lugar
sem precisar ninguém adubar.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Animal cismado
Animal cismado
Sou um animal muito cismado...
Só me aprisiono,
se for do meu agrado.

Não entro na “jaula”
para ficar conhecido,
ou receber afagos do tratador...
Eu dou muito valor
à minha liberdade.

Se me limito, eu omito
a minha necessidade.
Se me rendo, ou me vendo,
adeus minha verdade.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Não se ensina a amar
Não se ensina a amar
Ninguém ensina como se ama...
O amor vem, você não o chama.
O amor acontece.

Alguns são tão "vazios",
que você logo esquece.
Outros são tão "chatinhos",
que logo te aborrece.

O amor é o amor...
É liberdade, é felicidade
é bondade...

Agora, o amor
que causa dor,
não sei se é amor...

Só sei que
é sua rima pobre.
Porque o amor é nobre.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Crónicas :  A liberdade de escrever
O bom da crônica é isto: A liberdade de escrever sobre qualquer assunto. Pode ser o assunto mais sério ou o mais bobo, mais vulgar. Tudo serve para comentar... Até a falta de cometário. Dizem que palavra "crônica" deriva da palavra grega "chronos", que significa tempo. Então, se a crônica significa tempo, ela está com tudo: Com o passado, o presente, o futuro, as horas, as eras, o sol (tempo bom), a chuva (tempo ruim)... E acontecendo o tempo todo. O tempo é tudo. Talvez seja por isso que tudo é um motivo para uma crônica.

Eu já li crônicas que, nas suas palavras, não queriam dizer nada. Mas no seu bojo trazia uma infinidade de ideias que só quem gosta de ficar observando a vida, é que é capaz de entender. Então os que não têm essa "visão especial" devem achar uma besteira. Mas isso é bem da crônica. Tem tantas "bobagens" acontecendo por aí, que as pessoas nem percebem... O próprio tempo, por exemplo. O sol surge, passa por cima de nós e vai embora. As pessoas já estão tão acostumadas com essa besteira, que só notam quando precisam dele e ele não está lá para servi-las. Caso contrário nem notariam sua presença ou ausência.

As pessoas vivem muito preocupadas com os seus afazeres, sonhando em ganhar dinheiro ou procurando esquecer-se das mazelas da vida. Então não têm tempo de ficar observando essas "besteiras de tempo". Afinal, isso serve para quê? As pessoas só querem saber de coisas úteis, de coisas que possam vender ou, no mínimo, servir para um debate numa roda de amigos. É por isso que assistem os BBBs da vida: Para não ficarem por fora do bate papo. O importante é participar. Não interessa a importância do assunto. Aí, quem não gosta de ficar debatendo "BBBesteiras", fica de fora observando as besteiras do tempo e aproveitando para escrever uma crônica besta.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas sociales :  CURUMIM
Curumim
(José Antonio de Souza Gama-Balzac)

Ah ... Curumim
Tomaron su hueco
Tu bosque
Su río

Ah ... Curumim
Se llevaron su cultura
Su libertad
Su orgullo

Ah, Curumim ...
Toman su voz
Su fe
Su poesía

niño indio, niño indio, niño indio ...
Ocupan su alegría

Pero para conseguir "justicia"
Ellos te dieron un "regalo"
"Un día"!

Leopoldina, MG, 19 ABRIL 2011.


(Original)
CURUMIM
(José Antônio Gama de Souza-Balzac)

Ah Curumim...
Tomaram tua oca
Tua mata
Teu rio

Ah Curumim...
Tomaram tua cultura
Tua liberdade
Teu brio

Ah, Curumim...
Tomaram tua voz
Tua fé
Tua poesia

Curumim, curumim, curumim...
Tomaram até tua alegria

Mas para fazerem "justiça"
Deram-te de presente
"Um Dia"!

Leopoldina, MG, 19 de abril de 2011.
Poeta