Frases y pensamientos :  Serei só eu? - III
Na minha vida tão atribulada, tive um grande amigo!!! Se tive! Salvou-me de morrer afogada, 1ª vez na Foz, 2ª na quinta nesse dia assustei-me. O tanque era enorme, fechado e tive que descer umas escadas em ferro, quando pousei os pés no chão escorregadio, pensei que nunca mais conseguiria sair debaixo da água, mas Ele estava lá e ajudou-me. Da 1ª foi na Foz como o meu Pai me levava nos ombros, nesse dia resolvi ir ter com ele (tinha 2 ou 3 anos, só me lembro de me agarrar à areia e que o mar me levava, que aflição que passei! Foi a empregada que me retirou. Mais tarde já com idade para saber ou ter juízo, vou a Espinho, deixo a Mamã no café com as amigas e resolvo ir dar um passeio pela praia e claro está, não satisfeita, vou pelo paredão que entra pelo mar dentro e que da fúria do mar estava todo partido, aqueles blocos de cimento, cheios de verde escorregadio. E claro caí com tanta sorte que fiquei presa nas fendas. Levantei-me como pude, o vestido que era branco ficou verde! Nem consigo descrever a cara da Mamã quando me viu!
Pelo relato que faço de pequenas passagens da minha vida, sou uma aguarela sem cor. Nunca me senti culpada só dou graças a Deus, por ter poupado os Pais. Nunca souberam de nada.





Tive um Tio chamado António, vivia no Brasil, tinha bigode e tomava muitos cafés. Um dia veio visitar-nos e ficou uns dias connosco. Ao fim de 4 ou 5 dias (eu era muito, muito curiosa ainda sou) andava sempre atrás dele, achava graça à maneira como falava e das histórias que contava. Como estavam sempre a ralhar comigo e a bater-me, um dia estando sentado na galeria chamou-me, deu-me uma medalha pequenina, azul, parecia que a imagem da Virgem se movia quando lhe tocava-mos; --disse-me:”anda sempre com ela, precisas de protecção”és muito magra e os teus ossinhos sofrem. Honestamente nunca senti dor. De certeza que a mão do meu Amigo é que aguentava. Portanto sou um desassossego para os outros e para mim. Se calhar foi o leite da minha ama, já que não fui amamentada com o da minha Mãe, ainda por cima levei uma transfusão com sangue de um carteiro, de certeza foi alguma destas coisas que me fez ficar diferente, é que não encontro parecenças com ninguém da família, ---irmã parada, só de vez em quando dá umas voltas tipo valsa, ---irmão calmo até dizer basta! --- Mãe faladora sempre pronta para sair, ---Pai, calmo, sereno e pensador. Eu? Nem deitada consigo parar se estou acordada a minha cabeça é pior que um Ferrari da fórmula 1. Desde pequena que me chamavam olhos de cobra não havia maneira de fechá-los para dormir quando estava ao colo da ama.
Os pensamentos reais que tenho passado à escrita conforme sou sem pensar muito se estão bem escritos, serão concerteza parecidos com os de outras pessoas. Sempre me preocupei muito com os outros. E verdade. Ás vezes não tenho muita paciência para estar ao telefone a ouvir desabafos. Tantas confissões, nunca ninguém ficará a saber, morrem comigo. Sou feliz porque contribui com o silêncio para que hoje quando olho essas pessoas as veja felizes. Não digo AGRADECIDAS, porque jamais comentei fosse com quem fosse as suas confidências. Pelo contrário fiz o maior esforço para as compreender e não acusá-las. No entanto, comigo é ao contrário confidências e desabafos só a Deus, o pouco que disse sem rancor e sem maldade só serviu para me ferirem. Problema deles (as), terão a paga, podem crer a consciência é muito poderosa, mais tarde ou mais cedo o remorso vem – e eu não quero tê-lo. Quantos telefonemas tive de pessoas tenho que se sentem sós, dou conta que hoje há uma solidão envolvente na faixa etária que se acentua a partir dos 60 anos, impressionante, não vivem sós, mas, sentem-se…
Poeta

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