Sonetos :  Justiça cega
Justiça cega
Ah, como eu gostaria
de escrever só o belo...
Porém o meu martelo
condena a hipocrisia.

Eu vejo a vida vazia
que o povo está levando,
acabo não suportando
e explodindo na poesia.

Amplio a velha fotografia
de três por quatro,
de dois por dois...

Enfeito mais retrato,
com sonho de feijão com arroz
e fome de encher o prato.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta