Sonetos :  Soneto de briga
Soneto de briga
Minha poesia
não rima
com mordomia
nem com barriga vazia...

Minha poesia
morde as normas
e não se conforma
com esta situação.

Ela pensa no irmão.
Ela compra a briga...
Ela não liga

para a “perfeição”.
Ela é a barriga
da população.

A.J. Cardiais
04.07.2011
imagem: google
Poeta

Poemas infantiles :  Palavra: um poema supérfluo
Palavra: um poema supérfluo
Deturpadas palavras más,
que os dicionários vão engolir.
Os poemas supérfluos hão de exibir
todas as palavras. Mas...

O abdômen, inimigo do homem,
e a barriga, aquela nossa amiga,
estão na maior briga
por causa de um nome.

O nome: substantivo desconhecido,
de pai e mãe abstratos.
Muitos nomes, muitos retratos
de fome e de povo subdesenvolvido.

Nome feio equivale a palavrão:
paralelepípedo, inverossimilhança...
Mas, nome feio para a criança,
é aquele que não se pode dar não.

Então eu grito: Rimas! Rimas à mão cheia!
E as mãos: cheias de calos.
Brigo, xingo, ofendo os cavalos...
Sou louco... Sou louco não, creia.

A.J. Cardiais
06.02.1990
imagem: google
Poeta

Poemas de amor :  Briga de prazer
Briga de prazer
Não venha com essa cara fechada
que sou chave mestra
e abro o seu sorriso.

Não venha toda congelada
que sou cheio de calor
e te derreto toda.

Você vem querendo brigar
e nem para pra pensar
no que podemos perder.

Pode vir, que estou louco
pra "brigar" com você...
Mas só quero uma briga
se for de prazer.

O nosso ringue está arrumado:
Quarto, cama, lençóis...
Tudo preparado.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta