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Os seus ventres, que nos deram a vida. Os seus olhos, que nos olham de amor. As suas bocas, que tantos beijos nos deram. Os seus corações, que por nós morreriam. As suas almas. plenas de sensibilidade. Os seus corpos, que por nós muito sofriam. O seu amor, que data desde sempre. Os seus seios, que no mataram a sede. As suas mãos, que nos deram a comer. Os seus braços, que de amor nos apertaram. Os seus ouvidos, que nos souberam escutar. Os seus cérebros, que por nós se cansaram. Os seus pés, que por nós muito andaram. Sim! por que elas são nossas mães! Por que elas são a nossa Rosa dos Ventos. Por que são mulheres, E mulher é símbolo de beleza E DE VIDA,
A. da Fonseca
SPA Autor nº 16430
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Poeta
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O meu coração, é um coração alado Que voa, que voa, vai para todo o lado. Ele sobrevoa as mais altas montanhas E pode rasar os Oceanos ou ribeiras E nas desfolhadas poisa lá nas eiras.
Procura a espiga de milho vermelho O dando à rapariga que mostra o joelho. No fim vai dançar com a escolhida Linda camponesa que é ainda solteira Dançam o malhão e o vira à maneira.
Depois ele pega nela e a leva voando Em voo de amor, num voar brando. E à luz do Luar sobrevoam a aldeia E indo-se poisar à porta da donzela, Como te chamas? Eu sou Felisbela.
Os olhos azuis e os cabelos louros Verdadeira minhota, beleza tesouro. Diamante de amor para guardar, Lábios vermelhos e tão desejados Que se colaram ao coração alado.
A. da Fonseca
SPA Autor nº 16430
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Poeta
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O tempo ficou mais frio Depois de que te não vejo. Tudo ficou mais escuro E as noites são longas.
Vou pedir à Lua Que me dê mais Luar. Vou pedir ao Sol Que me dê mais calor. Vou pedir ao vento Que ma traga teus beijos E também os desejos De vivermos sem dor. Vou pedir aos Astros Que não me deixem de rastos E me tragam o teu amor.
[i]O Sol, já nada ilumina, A Lua não me trás inspiração O vento sopra forte Mas não me fala de ti.
Vou pedir à Lua Que me dê mais luar, Vou pedir ao Sol Que me dê mais calor, Vou pedir ao vento Que traga teus beijos E também os desejos De viver sem dor Vou pedir aos Astros Que não me deixem de rastos E me tragam o teu amor
A. da Fonseca
SPA Autor nº 16430
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Poeta
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Cala-te Mundo! Já muito disseste E muito pouco é a verdade. Onde está a paz que prometes-te? Onde está o amor sem tréguas? Disseste, é verdade, que haveria guerras Mas nada fizeste para as evitar. Cala-te, cala-te por favor! Não firas mais os meus ouvidos Com falsas, sim, falsas promessas. Não firas mais tantos corações Que em ti confiaram, Não firas mais a esperança Que prometeste a tantas crianças E que hoje o seu teto sãos as estrelas. Cala-te, cala-te, não digas mais nada. O que prometeste foi só para alguns. Esses vivem em Palácios, Passeiam em grandes carros Navegam em Iates de grande luxo, Esses te agradecem as tuas promessas Mas Mundo, prometeste tudo à avessas. Cala-te Mundo, cala-te, não digas mais nada.
A. da fonseca
SPA Autor nº 16430
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Poeta
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Sempre fui um democrata Sempre me bati pela Liberdade, Viver sobre a lei da chibata É viver no medo, na ansiedade
Como democrata que sou Respeito todas as ideias Mas estar de acordo,não estou Com o cântico dessas sereias.
Sereia que engana o povo Com o seu cínico cantar, Não trazem nada de novo, Só prisões para aprisionar.
Não suporto as ditaduras Sejam de direita ou de esquerda, Os povos vivem às escuras Cercados por labaredas.
Prefiro uma democracia imperfeita Pois que nela vivo em Liberdade, A uma ditadura muito perfeita Que nos priva da verdade.
Quem hoje defende Salazar É porque bem na vida estava Vivendo sem se importar Da dignidade enclaustrada.
A. da fonseca
SPA Autor nº 16430
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Poeta
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Para onde vais criança? Caminhas em estrada sinuosa Numa caminhada perigosa Tentando dar rumo à vida. Eu sei, eu sei que tu procuras A felicidade que outros têm Mas para ti ela não vem E porquê? Todos temos direito ao Sol Todos temos direito à educação E temos também o direito à indignação!. Não te deixes abater Não te deixes cair num abismo Donde dificilmente sairás. Pára de parar nessa estrada da vida Procura outra, a que te é devida. Levanta a cabeça, mostra a tua dignidade Caminha de peito aberto Grita, grita, reclama Que queres uma estrada sem lama Que queres viver a vida com amor Sem miséria e com pudor.
A. da fonseca
SPA Autor nº 16430
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Poeta
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Hoje acordei e quis falar com a vida. Da minha vida, claro, a que me pertence. Ela estava presente, ali mesmo em mim. Bom dia minha vida, julguei-te escondida Não te via, mas estavas no meu jardim.
Sim, o meu jardim. O jardim de infância, O jardim da adolescência e da irresponsabilidade, Aquela que me deu o perfume do amor Aquela que me deu toda a importância Á medida que aumentava a minha idade.
Mas ando intrigado, sabes? Sinto-te menos! Antigamente tu me davas a alegria dia a dia E depois de algum tempo não sei porquê, Sinto que me abandonas, os dias não são serenos Se como por mim agora só tenhas antipatia.
Sinto que foges de mim como água entre os dedos. Todos os minutos te sinto menos carinhosa, Te sinto como se tu quisesses me abandonar, Como se eu para ti nada fosse que vinho azedo Tu que sempre me ajudas-te, sempre amorosa.
O teu amor começou no ventre de minha mãe. Ali me trouxeste esperança e a respiração. Continuamos amigos e tu me deste os olhos Para poder ver o meu caminho, ir mais além E hoje sinto que tu queres parar o meu coração.
A. da fonseca
SPA Autor 16430
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Poeta
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Meu amor por você É cego e não vê O vosso desdém. E eu queria que fosse O amor mais doce Que o Paraíso tem.
Eu me sinto sozinho Não vejo o caminho Do seu coração. Perdido em ruelas Procuro nas estrelas A sua afeição.
Meu amor... meu amor. Seu amor murchou Qual flor com sede. Eu não sei onde estou Já não sei onde vou E você não cede. Entretanto eu canto Uma canção triste Perdido de amor. Mas não sei existe Algo de mais triste Que o murchar de uma flor.
Em mar encrespado De amor recusado Ando a naufragar. Seu porto de abrigo Não quer ser amigo Não me quer abrigar.
Seus olhos tão frios Seus lábios vadios Eu quero encontrar. Poisar neles um beijo, Saciar o desejo De os abençoar.
A. da Fonseca
SPA autor nº 16430
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Poeta
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Beleza!... Qu venhas do Céu Qu venhas da montanha, Tu és a Deusa que tudo embeleza. Tu embelezas os vales, os rios. Tu dás à vida o perfume da natureza. Sem ti, não haveria Aurora, A Primavera que dá vida a flora, As cores ás árvores no Outono. A beleza dA natividade A beleza da dignidade O Sol nascente e o Sol poente. A Lua prateada que está contente, De ser a inspiração dos poetas Que com as suas belas canetas Tentam escrever sobre um Mundo perfeito, Com sinceridade, que não seja só fachada Mas para a arte de um pintor, A beleza... só a pode pintar desnudada.
A. da Fonseca
SPA AUTOR 16430
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Poeta
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Quando nasci, já era um sem abrigo. Apareci cá fora todo nu, todo sujo, Sem dentes nem cabelo, um velho. Todo enrugado, não via, e chorava. Pois que alguém de maus instintos, Deu-me duas palmadas no rabo. Chorava da minha pouca sorte Aparecer no mundo para meter o bodelho. Alguém teve pena de mim E com carinho me levou para o banho. Outra pessoa bondosa, me trouxe roupa. Mas cabelos e dentes... nada! Nada havia à minha medida. Outra veio depois para me dar a comer, A beber... a beber leite nada de sólido, Devido à minha fraqueza, era perigoso. Deram-me guarida e lá fui vivendo E mudei muito, podem crer! Engordei, era mais pesado, e maior, É giro, não é? Como podemos mudar Se nos tratam bem e é importante, Se nos respeitam como somos, Sentimo-nos alguém. Comecei a ver e tudo era lindo. As pessoas que me rodeavam As pessoas que me acarinhavam As cores variadas das flores, O perfume que elas exalavam. Diziam-me que eu era bonito, Que era parecido com o meu pai. Ah... não! Ele parece-se com a mãe! Eu ouvia tudo isto e era feliz. Com o tempo vi que fui enganado Nada era lindo, As flores murcharam O perfume, ai o perfume... desapareceu. Não havia sinceridade, mas hipocrisia. Que não havia paz mas sim guerras. Que muitos tinham voltado Para a mesma maneira de viver Como eu vivi, eram sem abrigo, Sem higiene, sem nada para comer, Sem casa para viver, sem felicidade. Não, não quero viver num mundo assim Deixei-me voltar para donde eu vim, Lá, eu era feliz!
A. da fonseca
SPA autor 16430
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Poeta
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