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A MÃO QUE MACHUCA A ROSA
Mão direita, indefesa, cheia de tristeza Mão que afaga, hipócrita, escassa Mão carente, persistente, displicente Mão de súplica, estúpida, que machuca Mão pequena, quebrantada, que envenena Mão apática, cansada, sádica Mão solitária, perversa, ordinária Mão que planta, destrói, mão que arranca Mão que trai, sem amor, dói de mais Mão honesta, rude, que detesta Mão sem jeito, absurda, sem direito Mão marruda, violenta, que derruba Mão amiga, de intriga, mão que briga Mão amável, detestável, vulnerável Mão que escora, sobre o rosto, mão que chora Mão que assola, que consola, desconforta Mão que assusta, sem carinho, mão astuta Mão que arde, sem saudade, mão covarde Mão direita, sedenta, imperfeita Mão dolorosa, assombrosa, Mão que machuca a rosa.
Existe um buraco em minha alma Para mim é adeus, pra você é saudade... Por quem o sino vai tocar.
A poesia mais triste de minha vida. Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli Outubro de 2001 no dia 05
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Poeta
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A LUA VEIO NÃO
Hoje a lua está tão bela, singela... Posso ver dentre as cortinas Amarela, da janela, a lua tão bela.
Hoje a lua está tão tímida, desinibida... Posso vê-la escondida, sem vida! Da guarita, a lua tão tímida.
Hoje a lua está tão fria, perdeu a magia... Posso vê-la banhada de orgia Sentado no banco da praça, a lua tão fria.
Hoje a lua está de tarde, na metade... Posso vê-la sem vaidade, sem claridade! Tenho saudade, da lua, esta tarde.
Hoje a lua está tão cheia, vagueia... Posso vê-la da fogueira, até tonteia! Embriagada no céu, a lua que vagueia.
Hoje a lua está de luto, absoluto... Poso vê-la em tom escuro, astuto! Caminhando como um vulto, a lua de luto.
Hoje a lua está minguante, delirante... Posso vê-la tão errante, num instante! Contemplando os amantes, alua fascinante.
Hoje a lua veio não, solidão... Não posso vê-la do sótão, sem razão! Não me deu explicação, talvez esteja... Escondida no Japão, a lua veio não.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli 19/setembro/2001 Itaquaquecetuba (sp)
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Poeta
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A LETRA DESTA MINHA VIDA
Alguém compôs a letra desta minha vida Composição inteligente me confiou este papel Autor e compositor de prazeres e de dor Calculista e cruel! Alguém que escreveu mais tristezas que alegrias Que apesar da valentia descrevida pelo artista Ao fazer parte de uma estória que passou despercebida Na malicia do autor um interprete quase perfeito Por sua infinita dor no soar de um leve instrumento As tristes vozes de um lamento Perdidos como música e letras No coral de uma só tristeza O sentimento de um coração rústico Que baila descontente sobre a paz que está de luto Não há quem possa mudar esta letra sentida Tocada pelos acordes amantes E atores improvisados desta vida O aplauso de valores insensatos Na quietude de um sorriso interpretado por um palhaço.
Escrito por Marcelo Henrique Zacarelli Maio de 2002 no dia 09
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A HISTÓRIA DA BOLA
Lá vem a bola Desacreditada de si mesma Às vezes vem rolando, chorando... Lá vem ela Otimista procurando o gol Insatisfeita e realista Vem sendo chutada desprezada Um pouco apressada À procura do gol.
Lá vem a bola Indignada por si mesma Nos campos de pelada Maltratada e pisada Lá vem ela Oportunista e mal intencionada Protagonista da garotada Um pouco cansada A caminho do gol.
Lá vem a bola Idolatrada, mas não por si Observada pela torcida impaciente Adorada e odiada ao mesmo tempo Lá vem ela
Disputada e disparada A caminho do gol Mas a trave desesperada a impede A incrédula bola Despede-se do gol
Lá vem a bola Estática por si mesma Ansiosa na marca da cal Com frio na barriga No momento do gol Lá vem ela Espalhafatosa e veloz Rompendo a linha divisória É gol... I ki golaço Como diria Silvério Alegria de uns Tristeza de outros Lá vem a bola outra vez A caminho do centro Carregada com tristeza Por quem a pegou.
Esta é uma justa homenagem à bola Que num espaço de 90 minutos Pode fazer sorrir e chorar Ao mesmo tempo Uma mesma pessoa.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli Agosto de 2003 no dia 05 Itaquaquecetuba (sp)
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A FRAUDE DE UM QUADRO
Seria fraude do pintor Ou seria tal pincel subordinado Para que atentasse à beleza deste quadro De mãos tremulas intermináveis Oculta em seu conteúdo duvidava... Causando um narcótico premeditado Sobre a exuberante obra do pintor Artista habilidoso, submisso e vaidoso... Subsecivo ao decifrar tamanha exatidão O seu pensamento inepto e inerte Incontrolável pela obsessão De um sentimento estranho Seria o tal insensato, entusiasta ou banal... Em seu conteúdo contestado A exposição dos amantes imaginários O rosto triste de uma criança que sorria O boêmio narciso na qual descansava Nos seios da mãe prostituída Um curioso milionário Não entendeu tamanha revelação Pois comprou a obra-prima sem explicação Na malicia do pintor Talvez estivesse a resposta Inconformado e impaciente O comprador questionou! Não o sorriso da criança Mas da mãe a visível apreensão Ao longe esta ouvira dizer Promessas de um político em ação... Replicou o comprador! Não vejo nenhum político senhor Treplicou o insolente pintor! Não reparou que todo político Esconde-se por trás de suas palavras.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli Maio de 2002 no dia 03 Itaquaquecetuba ( SP )
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A DOR DO PARTO
Vara-me a madrugada E me assalta de imaginações Cala-me a voz Como a noite sozinha E vadia meus prazeres... Segundos me separam De realizar um absurdo E detém-me acordado Na prisão de um quarto; Vara-me estranho julgar Dilacera-me de indagações Enfarta-me no algoz Como a morte faminta Na gula de haveres... Vara-me em absoluto Como o filho de fato Que me parte neste ato; Vara-me a luz que me cega De terríveis alucinações Cala-me coração em nós Nesta despedida Eis que é tua meus sofreres... Segundos me separam Deste mundo Uma vida na qual dado Foi tomado Na mesa de um parto.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli Village Dezembro de 2008 no dia 22
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A VELHA VALSA
Voraz veracidade, de volúpia, de vaidade! A vislumbrante vida, na vala vencida... Ou... virei, a velha valsa Ou... virás, a valsa em versos A verdade verídica virá E verás, como veredicto... Vomitaras de teu ventre A vontade veemente A velha valsa que vai com o vento Ou... virei, a vinheta desta voz Ou... virás, a velha valsa Se vem ou se vai, não mais voltará.
Tautogramas
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli Junho de 2008 no dia 28
Village Itaquá
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A NOSSA TRILHA Produzido por zacarelli
As pessoas se entusiasmam, outras duvidam... Não cruzemos os braços agora Estamos no circulo do nosso limite No ápice do acreditamos.
Há um pouco de nossas pegadas naquela trilha Há um pouco de nossa alma naquela ilha.
As portas ainda estão abertas Muitas pessoas passam Por ela Devemos continuar com a nossa missão Com a nossa força e auto crítica.
Tudo que temos é o que carregamos conosco Seria talvez a hora de aceitar a ajuda de um estranho Dê um gole nesta bebida Sinta o amargo que é duvidar Só não perca a sensibilidade dos teus passos Não deixe jamais os rastros dessa trilha se apagar.
Há um pouco de nossas pegadas naquela trilha Há um pouco de nossa alma naquela ilha.
Escrito por Marcelo Henrique Zacarelli
Mauá fevereiro de 2006 no dia 26
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A ALMA E FORÇA DA MULHER
Seria muita pretensão de minha parte subestimar A ousadia dos teus lábios, Seria de uma tamanha inoperância Desvendar os teus pensamentos, A formosura do teu rosto assusta Porém meu sentimento auspicioso toma conta de mim, Não me dou por conta quando meu jeito sacárstico de agir Zomba dos meus sentimentos; Nem quando meus pensamentos deixam-se Extravasar pela transparência de meus atos, Perder-me na mais vislumbrante beleza Que teu peito oferece, enriqueceria meu rubor, Aquele na qual penetrar no intimo da alma de uma mulher Poderá descobrir na impaciência do seu pulso firme, E na impetuosidade descontraída do seu jeito de olhar Estará escondido um tesouro de inigualável valor, O coração é um barco que leva o homem a navegar Pelas veias da perdição, onde naufraga no anonimato, Fazendo o afogar em sua própria dor... Mesmo dotado de uma experiência que a vida me valeu Não consigo desvendar a volubilidade do pensamento Maduro e abstrato que oferece os lábios de uma mulher, Quantos buscam sorrir ocultando no intimo de seu ego E acabaram derrotados pela oscilação de sussurros descuidados, Nas palavras de uma mulher encontrei um convite No toque dos teus dedos a chave e diante de seus olhos, Estão as portas da imaginação, as escassezes do desejo, A enigmática magia de viajar na mais pura sensibilidade Sinta-se em seus braços, e repouse no acalento de seus seios... E deixe que ávida lhe pregue um capitulo em sua história, Portanto não se engane, tens o poder de tocar o seu corpo... Conduzi-la a um ato pecaminoso, controlar parte de seus sentimentos... Até mesmo encantá-la por um momento, Portanto não se engane outra vez, ninguém tem sabedoria o bastante... A ponto de conhecer o coração e alma de uma mulher.
Uma justa Homenagem a Você Mulher.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli Junho de 2001 no dia 19 Itaquaquecetuba (sp)
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