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Gosto de mostrar o lado “nulo” do poeta; O lado perdido, o lado “exercício”.
Gosto de dizer que poesia é um vicio: Enquanto não "tomo uma", o meu dia está perdido.
Gosto de mostrar o quanto fico envolvido. Para mim, sem envolvimento, não dá.
Eu gosto de sonhar... De escrever à revelia. Na verdade eu VIVO e morro, na poesia.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Se este poema tivesse a assinatura do Drummond,¹ não tornaria ele bom, mas daria mais respeito.
Afinal, Drummond não faria um poema de qualquer jeito... Alguma coisa ele queria dizer...
E tome a estudar o poema... E tome a escarafunchar, destrinchar, revirar o poema. Um ponto aqui, uma vírgula lá...
Tudo isso, procurando um sentido que as vezes o poeta, não queria dar. Às vezes ele só fez o poema para desabafar.
A.J. Cardiais imagem: google ¹Carlos Drummond de Andrade
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Poeta
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Deixe o poeta se descobrindo por si. Deixe o poeta se divertir...
Poesia é uma sina, que não se ensina, afinal. Poesia é um bem e um mal.
Bem sabe o poeta de todas as agruras da vida. Mas mal sabe ele da sua vida bandida.
Lutar, com rimas frágeis, contra um sistema feroz... Poesia, tende piedade de nós.
A.J. Cardiais
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Poeta
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O poeta escancara a imaginação, sem medo que a emoção possa entrar, e a razão resolva sair.
O poeta quer um elixir para rejuvenescer a palavra em sua mente escrava.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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A minha poesia só quer transpirar a vida.
A vida frágil a vida fértil a vida dura...
Cada um com sua rima com sua resma com sua loucura.
Cada poeta tem uma meta. E a minha não é ser atleta para disputar palavras e subir ao pódio.
A minha é mostrar o que eu sou, sem medo de apelar para dona simplicidade.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Para que serve o poeta, enquanto está em fermentação? Sua poesia não vale um pão, seu poema não para a escravidão e sua dor é só sua, não da multidão.
O poeta rabisca no caderno, cisca no inferno... Queima pés e pestanas. Queima a última grana apostando num sonho...
Ah pesadelo medonho... Quem quer poesia? Quem crê na ousadia de quem vive de sonho?
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Deixo-me tomar pela poesia, sem preocupar-me com o terreno em que estou pisando. As palavras vão me levando e os versos me embriagando...
Tomo uma dose de fantasia para criar coragem e continuar escrevendo.
Vocês não estão vendo, mas estou completamente “chapado”. A poesia está aqui ao meu lado, me incentivando...
Se alguma coisa der errado, não culpem este poeta, coitado. Eu só estou escrevendo para ficar “viajando”... Sou um poeta viciado.
AJ Cardiais
imagem: google
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Poeta
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Passei toda minha vida brincado... Brincando de brincar brincando de estudar brincando de ser poeta brincando de trabalhar brincando de pai de família brincando de homem responsável brincando de ser senhor... Enfim, brincando com a vida, brincando “de viver”.
Hoje, brinco com a morte. E se eu tiver sorte, ela ganha de mim sem eu perceber.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Leiam Manuel Bandeira leiam Carlos Drummond leiam Ascenso Ferreira.
Leiam Vinícius de Moraes Leiam Manoel de Barros leiam outros e outros mais...
Depois leiam A.J. Cardiais. Não é nenhum poeta novo. Ele é um produto dos Poetas Marginais.
Com uma caneta na mão atira em qualquer direção em que estejam os seus rivais.
A.J. Cardiais imagem: google
Obs. Este título é uma “paródia” ao título do poema de Carlos Drummond: Apelo a Meus Dessemelhantes em Favor da Paz
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Poeta
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Não sou poeta de gabinete... Vivo pongado no dia a dia, recolhendo os fatos.
Como os garis recolhem o lixo, eu fico recolhendo os entulhos das ideias, para fazer reciclagem.
Ideia pouca é bobagem, nas mãos de um artesão popular...
São pedacinhos de letras, que se tornam anéis; são contas não pagas, que se tornam gargantilhas...
São tantas ideias simples, desprezadas pela sociedade burguesa...
E o artesão vai recolhendo uma por uma... No final do dia, o poema está na mesa.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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