Coração é terra que ninguém anda É órgão que inflama que reclama... Desiludido pelo sentimento que engana Coração partido de saudade leviana.
Coração é traído pelo desejo Manipulado pelo beijo, subordinado pelo seio... Ludibriado pela malícia do meu pensamento Funeral sem cortejo, fome sem sustento.
Coração é esculpido pelas mãos do destino É imagem perplexa do desatino Criança sem face, odre de vinho envelhecido... No espelho do passado reflexo irrefletido.
Coração é valente nas batidas do peito Estação de folhas secas carregadas pelo vento Coração é covarde amedrontado pelo medo É inverno sem saudade céu nublado e cinzento.
Coração é lápide de mármore, histórias frias Que pulsa dentro ao peito, nas batidas pela vida... Estranho pergaminho, de palavras escondidas Do engenheiro lá do céu, a mais pura obra prima.
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Poeta
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