Textos :  ENAMORAR-SE E INDINAR-SE
Estar sempre enamorado.

Não fugir da indignação. São duas virtudes das quais o homem jamais pode e deve deixar de se valer. Hay que endurecerse, sin perder la ternura jamás. Sem ser um apaixonado pelos pensamentos, pelos ideais ou pelos atos de Ernesto Guevara, é possível considerar que as belas ideias devem ser admiradas e refletidas com seriedade ou guardá-las serviço do bem humano.

Enamorar sempre as flores olorosas e aveludas, o sorriso das pessoas, a beleza feminina, o caráter dos homens, a maravilha das criações úteis para a humanidade, para o mundo. As miraculosidades da Natureza.

Indignar-se como os malfeitores, os que destroem pensamentos e ideias, os que se aproveitam do progresso alheio, roubando-lhes a esperança e fazendo disso uso próprio. Indignar-se com os que em nome de uma nação fazem com que se perpetue o cárcere democrático.

Para se enfrentar as discrepâncias do mundo há também que ter tesão intelectual, parcimônia e bom humor. Humor até nos momentos de desgraça, na miséria. O esmoler mais bem humorado arrecada mais esmolas.

Se não se esforçar para vencer a paumolência jamais o cidadão vai penetrar os mais profundos orifícios, os mais íntimos gozos da alma. A impotência intelectual se apossará do espírito e uma alma sem libido é uma alma morta-viva.

JOEL DE SÁ.


Poeta

Poemas :  DESEJO-TE




Desejote-te assim
Sem batom
Sem rouge
Sem sombreado nos olhos
Sem brincos
Sem tatuagem
Sem piercing
Sem lenço
Sem identidade
Sem palavras
Sem lágrimas
Sem preconceitos
Sem objeções
Sem blusa
Sem corpete
Sem combinações
Sem roupa
Desejo-te assim.

JOEL DE SÁ.
Poeta

Poemas :  ME TENHA


Um soluço sem alarde
Um beijo aqui no meio
Me guarde

Teu cheiro, tua face
Teu seio
Me acolha sem qualquer receio
Resvala.

JOEL DE-SÁ
Poeta

Poemas :  AGORA


Quero te amar agora
Não pode ser daqui a duas
Nem mais uma hora
Nem mais um minuto
Minha espera virou ferro bruto
Meu coração
Meus braços, minhas pernas
Meu sorriso astuto
Quero que divida comigo
O mesmo leito
Ponha-se de costas
Os seios debaixo do meu peito
Separe as coxas
Para eu tomar teu jeito
Sentir dentro, fora
Dos teus sentidos
Saberei que me ama
Que me ama muito
Ao ouvir teu farfalhar
Teu gemido.



JOEL DE-SÁ
Poeta