|
É sempre bom dizer bom dia, mesmo estando chovendo. Assim o dia acaba ouvindo, e não ficará entendendo...
Aí o dia fica pensando: como é que estou chovendo, e este povo está gostando? Não estou acreditando no que estou escutando...
Agora eu vou mandar é sol! Quero ver esse povo ficar é reclamando. Quando eu tento agradar, o povo fica me xingando!
Agora eu vou é pirraçar... Vou fazer de tudo só para contrariar.
A.J. Cardiais 02/10/2012
|
Poeta
|
|
Uma criancinha que nunca tinha visto uma galinha, corre gritando a mãe...
Ela diz, esbaforida: minha mãe, venha ver um bicho que você nunca viu na sua vida!
A.J. Cardiais 13/02/2013
|
Poeta
|
|
A água da roupa lavada, pinga em um plástico e faz zoada.
Uma criancinha fica observando, admirada...
Ela deve estar se perguntando: como está caindo água, se não está chovendo?
A.J. Cardiais 13.02.2013
|
Poeta
|
|
Alegrías y carcajadas por doquier globos de muchos colores adornan la fiesta, la piñata colgada es dulce respuesta que los niños desean, y quieren romper.
En la mesa han colocado un rico pastel, con figuras de muñequitos y música de concierto. Juegos y regalos a granel, con los amiguitos me divierto. Tomando jugos y refrescos disfruto del momento aquel.
Es un día especial celebrado una vez al año; mis padres su mejor esfuerzo han dado, con grandes regalos ellos me han colmado. Inolvidable ha sido mi cumpleaños.
Julio Medina 18 de septiembre del 2016
|
Poeta
|
|
A minha cadelinha agora canta, canta, canta lindamente Béu béu rebebéu rebebéu Ela encontrou um lindo cão e agora anda toda contente Pois que ele lhe prometeu que um dia a levaria ao céu
Passa os dias inteiros a se fazer linda ao espelho cá em casa Béu béu rebebéu, rebebéu Cantando ao mesmo tempo afinando a voz, simplesmente A Callas ao lado dela era pouca coisa acreditem digo eu.
O seu amoroso hoje veio para a visitar ficou encantado Aõ ão ão ão ão ão ão Com um livro de poesia na pata, lindamente tratado Remexendo o rabo, deu-o à cadelinha era poeta, o cão
Pegaram em duas velhas guitarras que as sempre guardei Plim, plim plom plim plim plom plim Os dois cantavam a e se acompanhavam muito bem E eu embasbacado olhava e ouvia, nunca vi uma coisa assim
Acabaram a festa, pata na pata, foram para o campo passear Bléu, bléu bléu, ão, ão, ão Pela estrada fora sempre cantando, sempre correndo e a saltar Cantando canções que ele tinha escrito para o seu coração
A. da fonseca
|
Poeta
|
|
Quatro mil mortos Sessenta mil feridos Esse senhor não tem remorsos De tantos jovens perdidos.
É a ambição do Imperialismo Conquistar sem olhar a meios. E neste infeliz realismo Porquê há Países alheios?
Estes mortos e feridos Todos jovens americanos Mas quantos desaparecidos Nestes últimos cinco anos?
Milhares de dólares desperdiçados Centenas de familias enlutadas Órfãos que ficam sós, abandonados Ficando com as explosões das granadas.
Espero que esta barbaridade acabe E quando a agressão tenha acabado É ao povo do mundo que a missão cabe De não deixar passar estes crimes em julgado.
A. da fonseca
|
Poeta
|
|
-Bom dia, quentinho Sol! -Boa noite linda Luasinha! O Sol acabava de se levantar, ainda esfregando os olhos, procurando forças para o intenso dia de trabalho que ia começar. A Lua tinha acabado a sua tarefa e lá se ia deitar. Sim por que o Sol e a Lua, trabalhavam por turnos, o Sol, trabalhava de dia e a Lua de noite. Entretanto eles tinham ainda alguns minutinhos para falarem e saberem novidades. -Então como passas-te a noite, Luasinha? - Bem!... Sabes bem que sou muito vaidosa!? Sabes porquê? Por que durante a noite, muitos olhos me admiram. Os meninos e as meninas admirando os meus grandes olhos e falando com os seus paisinhos em os questionando sobre mim. E depois... e depois há os poetas! É giro de os ver de papel e caneta na mão, coçando a cabeça, escrevendo coisinhas de amor. Ai... como eu fico toda vaidosa! O Sol ouvia a Lua se gabar da sua noite e estava triste. -Ò Sol... parece-me que estás triste, o que tens? o Sol olhou a Lua, fechou os olhos de tristeza e disse: -Pois é! Para ti todos olham e eu que passo os dias de inverno para os aquecer, a Primavera para fazer desabrochar as flores e no verão fazer bronzear as meninas e as senhoras, que depois andam todas vaidosas do seu bronzeado, para mim... para mim... ninguém olha e encontram como desculpa que eu lhes faço mal aos olhos, mas que ingratidão! A Lua escutava com atenção e ao mesmo tempo com o coração magoado, ela que pensava que dava amor para todos e para o Sol ninguém olhava, é ingrato, todos temos nossos deveres e devemos ser olhados da mesma maneira. -Até amanhã quentinho Sol! -Até amanhã Luazinha!
A. da fonseca
|
Poeta
|
|
Será que formiga tem faro? Não, não deve ter... Formiga não tem nariz, você não vê? Então como será que ela sente o cheiro das coisas?
Lá em casa tinha uns pães que estavam bem escondidos. As formigas descobriram, deixaram todos perdidos.
Até o pobre do gato sempre perde sua comida, porque o seu prato vive cheio de formiga.
Formigas comem nossas comidas, destroem nossas plantas, mordem nossas vidas... Como podemos chama-las de queridas?
A.J. Cardiais 28.04.2011 imagem: google
|
Poeta
|
|
Em plena avenida no centro da cidade um sapo acha de passear no meio dos carros que passam a toda velocidade...
E o que foi que aconteceu? Atropelaram o sapo e o sapo morreu!
As pessoas que passam na rua olham o acontecido, cospem e insinuam: Xi, atropelaram um sapo!
Os namorados na praça beijam-se absortos felizes e feridos porque alguém atropelou um sapo.
Eu perco o sinal, não atravesso a rua, o sinal fechado, abre... Um bêbado que passa, cambaleia e insinua: Cuidado, já atropelaram um sapo.
Então as pessoas se reúnem e começam a gritar esperando que as autoridades uma providência venham tomar porque... Atropelaram um sapo.
A.J. Cardiais 13.01.1982 imagem: google
|
Poeta
|
|
Deturpadas palavras más, que os dicionários vão engolir. Os poemas supérfluos hão de exibir todas as palavras. Mas...
O abdômen, inimigo do homem, e a barriga, aquela nossa amiga, estão na maior briga por causa de um nome.
O nome: substantivo desconhecido, de pai e mãe abstratos. Muitos nomes, muitos retratos de fome e de povo subdesenvolvido.
Nome feio equivale a palavrão: paralelepípedo, inverossimilhança... Mas, nome feio para a criança, é aquele que não se pode dar não.
Então eu grito: Rimas! Rimas à mão cheia! E as mãos: cheias de calos. Brigo, xingo, ofendo os cavalos... Sou louco... Sou louco não, creia.
A.J. Cardiais 06.02.1990 imagem: google
|
Poeta
|
|