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Lembras-te quando nos encontramos Os nossos olhares cruzámos E deles saía o esplendor do amor? Quis pedir a tua mão, não consegui Mas vi que aguardavas o meu pedido. Mas na beleza do teu sorriso Não tinha palavras, eu me senti perdido. Aproximamos-nos e murmurei palavras Que nem eu mesmo compreendi Mas tu sim, pois que tu esperavas por elas. Disseste-me mais tarde que não resististes Porque as minha palavras eram palavras de amor. Queria pedir a tua mão mas como dizer? E então num momento de coragem... Não te pedi a mão mas as duas, Tu me as destes e selamos esse momento Com demorado beijo e foi a viragem Das nossas vidas. Vidas de amor acorrentado A dois corações apaixonados !
A. da fonseca
SPA autor nº 16430
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Poeta
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As minhas palavras, são velhas palavras. Têm cabelos brancos, têm a minha idade. São ditas ou escritas, um pouco curvadas, As da minha juventude não são que saudade
Elas saem de mim um pouco embrulhadas Como esquecidas de algumas simples letras, São palavras gastas, com o tempo já usadas, Quero que sejam límpidas, não passam de tretas.
Por vezes pergunto se este meu esquecimento Não será doença, Halzeimer, ou outra qualquer. Quero escrever, não há palavras nesse momento, Fico pensando que sou eu que começo a envelhecer
Sim, pois que no fundo a idade é quase a mesma. Corremos no tempo sem mesmo nos render conta. Ainda se a idade, ela, avançasse como uma lesma Mas não, ela avança em velocidade de ponta.
Mas no fim pouco importa, as palavras assim são. A minha idade, é o avanço natural, é assim a vida Mas minhas velhas palavras saem sempre do coração, Bem ditas, mal escritas mas são palavras destemidas.
A. da fonseca
SPA Autor 16430
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Poeta
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Ò vida minha Que te amo tanto Tu és tão meiguinha Numa valsa dançando. Um passo para trás Dois para a frente Ope lá! Uma voltinha Uma segunda E uma terceira Uma quarta ainda Ò minha vida Tu és tão lindinha.
A morte estava sentada Ao canto, no seu lugar Fizemos-lhe um careta E fomos os dois valsar. Um passo para trás Dois para a frente Ope lá! Uma voltinha Uma segunda E uma terceira Uma quarta ainda, Ò minha vida Tu és Rainha.
À noite fomos para a cama Para nos irmos deitar Mas tu com a tua chama Preferiste ir valsar. Um passo para trás Dois para a frente Ope lá! Uma voltinha Uma segunda E uma terceira Uma quarta ainda. Ò minha vida Tu és Joaninha.
E pela vida fora Foi sempre a dançar E até à aurora Era só valsar. Um passo para trás Dois para a frente Ope lá! Uma voltinha Uma segunda E uma terceira E uma quarta ainda. Ò minha vida Tu és andorinha!
A. da fonseca
SPA Autor nº 14630
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Poeta
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Silêncio Eu vou começar a escrever Somente pelo prazer O que sei e o que não sei Que leiam ou não leiam Para mim não tem importância São palavras sem fragrância Sem a leitura sequer merecer.
Silêncio, Quero ouvir os queixumes De todos os meus ciúmes Que não param de me falar. Quero ouvir palavras do coração Daquelas que nos embalam Mas que de perfume exalam Das pétalas de uma paixão.
Silêncio Quero ouvir o doce crepitar Dos meus lábios ao te beijar Em plena madrugada Sentir a tua pele acetinada No meu corpo se deliciar Saciando nossos desejos Conjugando o verbo amar
A. da Fonseca
Spa Lisboa Autor 16430
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Poeta
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Neste mundo, nesta Terra, Há tanta, tanta guerra, Mas todas elas diferentes. Há a guerra pelo poder. Há a guerra pelo dinheiro. Há a guerra no desporto Para tentar ser o primeiro. Mas não há melhor guerra Do que a guerra do amor Que já vem das noites os tempos. Para Adão e Eva... Talvez fosse passatempo! É uma luta corpo a corpo, Num bailado de felicidade. As armas? são os olhos que brilham Como espadas cintilantes, Lábios que se entrecruzam Entre dois seres amantes. Dois corpos jamais cansados De lutar como guerreiros Pelo amor aprisionados... Felizes prisioneiros! No fim dessa luta de amor Nossos corpos abandonados, Descansando alongados Nesse campo de batalha Que não era que uma cama, Recebemos como medalha Um fósforo, que nos deu a chama Para acender nossos cigarros. E entre duas auréolas de fumo, Minha mão tomou teu rumo Indo acariciar o teu corpo; Fechas-te os olhos, de conforto Ao sentires minha carícia. Nossos corpos transpiraram. Nossos corações suspiraram Num suspiro de trovador. Então, senhores das guerras Enterrai as espingardas Até que elas deem flor.
A. da Fonseca
SPA Autor nº 16430
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Poeta
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Quando a brisa da manhã acaricia meu rosto, Traz com ela as tuas palavras, os teus beijos Que guardo comigo até chegar o sol posto E durante a noite são a razão dos nossos desejos.
Com o chegar da Lua, nossos corpos se prateiam. O nosso quente ninho brilha de tanto amor Os nossos lábios, de contacto eles anseiam O nosso leito começa a preparar o esplendor.
O esplendor de uma noite de loucura louca Com murmúrios de promessas na nossa boca E a cumplicidade entre o teu e o meu coração
A volúpia viciou a nossa cama e o nosso quarto Beijando os teus seios e o teu corpo nunca farto De sentir o meu corpo te acariciar de paixão
SPA Autor nº 16430
Alberto da Fonseca
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Poeta
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VIVER NO NADA
Quando passo nas ruas da cidade Vejo essas crianças perdidas Muito longe da felicidade E muito mais longe da vida.
Vagueiam de esquina em esquina Onde não existe a moral Vão sofrendo a sua sina Vitimas de um destino brutal
Crianças que vivem no nada Que viajam no vazio, Numa longa caminhada Nesta terra incendiada Onde o calor nos dá frio. Trocam o corpo por dinheiro Para poderem viver Não é vida com braseiro Mas sofrimento traiçoeiro Que jamais poderão esquecer.
Para eles , os dias são sem Sol. As noites nunca têm Luar. O futuro é mar sem farol, É tudo escuro no seu olhar.
Esses lobos, que na noite rodam E que as exploram com desdém Decerto não se recordam Que foram crianças também.
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Poeta
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