Poemas :  Poesia é sentimento
Poesia é um sentimento,
que o poeta não sabe o momento
em que vai aflorar.
Pode ser um luar,
pode ser um "pé de vento"...

Dizem que a poesia é o belo...
Mas quem bate o martelo,
e faz esse julgamento?
Quem pode afirmar o que é belo?
Beleza tem classificação?

Alguém pode ter outra opinião.
Eu posso ver beleza,
na imagem de uma favela.
Porém, quem mora nela,
só deve ver tristeza.

Eu posso ver beleza,
em um monte de lixo...
Mas quem vive pior do que bicho,
no mais alto grau de pobreza,
não vê nada poético
e vai chamar-me de cético.

Poesia é um sentimento,
dentro da "filosofia"
de cada elemento.

A.J. Cardiais
28.01.2017
Poeta

Poemas :  Poesia: arte, dança e luta
Poesia: arte, dança e luta
A poesia é um sentimento
que o poeta coleta no vento.
Vem como um perfume
ou como um vagalume
fora da noite.

A poesia é como um açoite
em determinados momentos da vida.
E o poeta, como bom escravo,
nunca fica bravo:
transforma numa coisa divertida
esta labuta.

Poesia é como capoeira:
hora é arte, hora é dança, hora é luta.

A.J. Cardiais
23.01.2017
imagem: google
Poeta

Poemas :  Calos na imaginação
Vivo a poesia
catando palavras pelas ruas,
junto com meu sentimento.

Esta areia que passa,
escorraçada pelo vento
serve, junto com o cimento,
para minha construção.

Então meto a mão na obra:
meço bem as palavras,
para não ficar sobra.

É uma luta,
misturar a palavra bruta,
com o cimento da razão...

Faz calos na imaginação.

A.J. Cardiais
Poeta

Sonetos :  Sentimento traidor
Já dissemos nos amar, muitas vezes...
Porém não podemos assumir nosso amor.
Por isso tentamos nos deixar, muitas vezes.
Mas nosso sentimento é traidor.

Você diz que não me quer mais.
Eu choro, sofro, mas aceito...
Sufoco este amor em meu peito.
Faço coisas que ninguém faz.

Mas quem ama, de tudo é capaz.
Minha esperança nunca se dissolve.
Então você vem e me envolve

num raio de amor e de paz.
E assim começamos tudo
outra vez...

A.J. Cardiais
18.11.2005
Poeta

Sonetos :  Poeta invasor
Gosto de escrever com amor,
com vontade.
Não quero a vaidade
possuindo meu sentimento.

Gosto de escrever
como quem toca um instrumento:
sentindo todo prazer
em soltar as notas musicais.

De nada me adianta
saber demais,
e perder meu paladar.

Eu quero é deitar e rolar...
Quero habitar na poesia,
sem os acabamentos finais.

A.J. Cardiais
09.10.2011
Poeta

Poemas :  Temperando um poema
Temperando um poema
Pegue algumas dúzias de palavras
e misture-as com seu sentimento.
Jogue tudo que se passa
no momento...

Deixe fervilhando
por um bom tempo,
e vá colocando
doses de rima. (se você gosta)

Procure mexer as palavras,
num ritmo que não desande...
Quando achar que está pronto,
deixe esfriando na gaveta,
até que você o esqueça...
(conselho de Drummond e Quintana)

Depois que passar a euforia,
leia seu poema, experimente-o.
Se achar que está bom, sirva-o.
Mas não espere agradar todo mundo.
Cada pessoa tem um paladar.

A.J. Cardiais
25.02.2011
imagem: google
Poeta

Poemas :  Poesia sentida
Poesia sentida
Não acredito na poesia “fabricada”...
A poesia para mim
tem que ter alma,
tem que ter vida...

Não precisa ser vivida.
Mas que seja sentida.
Como quando a gente sente
a dor de alguém.

A.J. Cardiais
29.10.2010
imagem: google
Poeta

Poemas :  Flechado pela tristeza
Flechado pela tristeza
Encho o ar da tarde de tristeza,
com meu olhar...
Olho triste para a tarde,
porque este é o meu momento
agora.

Pouco sei sobre tristeza,
porque sempre reneguei
este sentimento
.
Invado outros sistemas,
ativo outras emoções...
Saio em busca de distrações.

Mas agora ela me pegou de jeito:
acertou sua triste flecha
em meu peito.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Sentimento do mundo
O que as pessoas querem saber?
O que as pessoas querem ouvir?
O que o poeta tem a dizer?

Eu falo de mim,
com um sentimento do mundo.
Colocando-me assim,
como um escudo.

Tudo em mim
toca mais forte,
toca primeiro...

Sou um pandeiro
nas mãos ritmadas
da poesia.

A.J. Cardiais
Poeta

Sonetos :  Fotografia da alma
Fotografia da alma
Eu não escrevo poesia...
Descrevo sentimento.
Faço uma “fotografia”
do meu momento.

Às vezes eu posto
uma trova vazia.
Outras vezes eu posto
um soneto sangrento...

Quando estou “por um fio”,
posto um poema arredio
cutucando o regimento.

Quando estou inspirado,
posto um poema bordado
com chuva, sol e vento.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta