Poemas :  O assovio das coisas
O assovio das coisas
Gosto de escrever ao léu...
Sem saber a quem
ou se vou agradar alguém.

Gosto de estudar o tempo.
Olhar seus movimentos
e para onde vão as nuvens.

Não escolho palavras mágicas,
nem temas encantados
sabendo que vão agradar...

Escuto o assovio das coisas
e os versos que o silêncio ousa
soprar-me ao “pé do ouvido”.

Eu fico tão envolvido,
que vou escrevendo... Escrevendo...
Quando percebo: está escrito

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Poetas & poesias
Poetas & poesias
Vem um poeta doido
e avacalha
e estraçalha,
faz chicana de tudo...

Vem um poeta sisudo
e diz que tudo
é questão de escola,
de estudo...

Vem um poeta "gabola",
dá um chute na escola
e quer mostrar
que é o bom de bola...

Vem um poeta da vida,
rimando as margaridas,
destravando versos,
soltando palavras
e mandando tudo às favas...

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas sociales :  Soltando o palavrório
Não me cobrem o sentido...
Hoje estou imbuído
de soltar o palavrório.
Ter, eu tenho acessório.
Tenho um monte de palavras
em minha mente;
um monte de imagens à minha frente;
inúmeras razões aparentes...

Começaremos pela chuva: essa água benta,
que quando cai na terra mistura-se,
fica fedorenta
e me dá margem para rimar.
Vou aproveitar e falar da enchente,
que está matando muita gente
e causando desolação...

A culpa de tudo é do Bicho homem...
Estou chamando de “Bicho”,
por não ter outro nome
que eu possa usar,
para “desqualificar” esta nossa espécie...
Incluo-me também apesar de não concordar
com tanta coisa que eu vejo.

Intitulamo-nos de seres “racionais”...
Com que razão usamos este título?
Talvez tenhamos razão...
O racional não usa o coração.
É frio e calculista. Por esta razão,
perde de vista a intuição;
o instinto de sobrevivência
que, nos outros “animais”,
deve ser a única “inteligência”...

Estou sendo muito árduo
com a “nossa” espécie...
Mas acontece que as pessoas esquecem
das outras formas de vida.
Quando a Ciência dividiu
a Natureza em “reinos”: reino animal,
reino vegetal, reino mineral...
Transformou tudo em reinados.
E para cada reinado, existe um rei...

Alguém respeita o reino vegetal?
Alguém respeita o reino mineral?
Alguém se lembra, por acaso,
que todos eles estão em nós?
Alguém se lembra, por acaso,
que para sobreviver nós precisamos
do animal, do vegetal e do mineral?

Alguém se lembra disso quando,
para expandir sua plantação,
destrói toda a vegetação
que há em volta?
Alguém se lembra disso
quando constrói suas fábricas de poluição
e polui os outros reinados em volta?

Pois é... Tudo tem volta.
A Mãe Natureza, para mostrar
que está viva, se revolta...
E para isso Ela conta com a ajuda
do Deus Sol e da Deusa Chuva...
Racionais, limitem suas ambições,
limitem seus desejos...
Sejam um pouco Emocionais:
usem mais seus corações.
Olhem em volta e entrem em comunhão
com os outros Reinos...
Se eles nos faltarem, nada sobreviverá.
Principalmente nós... Aí sim, será o FIM.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas de amor :  O mais importante ato
O mais importante ato
Enfrentar tudo,
é uma prova de amor...
Tudo em troca de quê,
se nada tenho?

Posso te dar um amor
que já é teu, por direito.
Posso te dar uma canção
(que não é minha)
e te prometer o sol, se ele sair...

Posso te dar estas horas
da madrugada,
em que acordei sonhando contigo...

Posso te dar um monte
de palavras tolas,
que é o meu castigo,
ou o meu mundo abstrato,
que é muito mais vasto,
bonito e real
do que muito mundo concreto.

Posso te confessar
que eu não presto,
é lógico, não tenho seguro.

Posso dizer ou fazer
tantas coisas.
Mas o maior e mais importante ato
será o teu, se me aceitares assim:
como sou, como estou e para onde vou.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Cuspindo versos
Estou triturando as coisas
para extrair palavras.
Estou bebendo frases
e cuspindo os versos fora.

Eles caem na terra,
viram uma bola
e eu jogo no poema
para ver o que é que rola.

A.J. Cardiais
29.08.2011
Poeta

Sonetos :  Poema livre
Poema livre
Não quero seu poema
sem sentimento.
Não quero seu invento
de palavras perfumadas.

Deixe o meu momento
trafegar pelas estradas,
pelas noites nuas,
pelas ruas, pelas calçadas.

Deixe o meu poema dormir
no banco da praça.
Deixe o meu poema sorrir

Para quem passa...
Enquanto uns ignoram,
outros acham graça.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Vagar, vagar - III
Vagar, vagar - III
Não vou deixar
o meu vagar tão longo...
Sou um vagabundo.
Preciso descansar,
para observar a vida.

Se você observar a vida
com o corpo cansado,
você dorme nas palavras
e deixa o poema amassado.

Você tem coragem de vestir
um poema amarrotado,
e se exibir?

Só se você for igual a A.J.
Ele não se importa...
Veste e não está "nem aí".

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Sonetos :  Soneto do acaso - II
Soneto do acaso - II
Não faço na poesia
só um jogo de palavras.
Minha alma está enraizada
até nas estrofes vazias.

Eu respiro os momentos,
sufoco as agonias,
visto as fantasias
e bailo conforme os ventos.

A poesia é a vida
com seu vai e vem;
sua subida e descida,

Com toda sua loucura.
E, quando ela está sumida,
é o poeta quem a procura.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Fora de esquadro
Gosto de escolher minhas ilusões.
Felicidade não tem cor,
e eu não vou jogar
minhas rimas fora.

As palavras, quando se juntam,
se ajustam.
Elas formam paredes
às vezes despovoadas
e desprovidas de luzes.

Faço uma análise de tudo,
e vejo que nem tudo é besteira,
tudo tem uma razão de existir.
Até este poema fora do esquadro.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas :  O assobio das coisas
O assobio das coisas
Gosto de escrever ao léu,
sem saber a quem
ou se vou agradar a alguém.

Gosto de estudar o tempo,
olhar seus movimentos
e para onde vão as nuvens.

Não escolho palavras mágicas,
nem temas encantados,
sabendo que vão agradar...

Escuto o assobio das coisas
e os versos que o silêncio ousa
soprar-me ao pé do ouvido.

Eu fico tão envolvido,
que vou escrevendo, escrevendo...
Quando percebo, já está escrito

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta