Poemas de esperanza :  Rosa de Hiroshima

Estranhas pétalas cinza
De uma rosa estarrecida
Perfume suave como a morte
Esse tal perfume inseticida
Rosas estranhas que envergonham
Que caiu sobre Hiroshima.

Estranhas pétalas cor de rosa
De uma rosa assombrosa
Veio do céu o desespero
E o desejo homicida
Sobre esta rosa cor de rosa
Dolorosa de Hiroshima.

Estranha essa dor que é sentida
O odor que sente Deus
Inalados por sua ira
Essa flor de corpo cinza
Rosas mórbidas, sólidas, escandalosas...
Sorriso frustrado de menina;

Jamais terás por esquecida
As pétalas de tua rosa
Que apesar de dolorosa
Jamais serão vencidas.

Poeta

Poemas de desilusión :  Coração Doente

Quando dói o coração
Não tem jeito
São lágrimas que vem de dentro
Do fundo do peito
Não sou perfeito
Sou pensamento
Sou folha seca
Que baila no vento
Sem tom, sem cor, sem sabor...
Barco que navega entre a dor
Encalhado no porto
Sem calor, sem amor...
Deveras, eu soubesse
O dia de amanhã, zombaria de hoje...
Esqueceria o ontem
Renasceria depois de amanhã
Mais... Quando dói o coração
O orgulho chora baixinho
De mansinho, bem de mansinho...
É o medo da solidão
Se faz presente todo momento
A transparência do sentimento
Não a hipocrisia, apenas lamentos...
Liberdade sofrida de expressão
Os olhos falam o que sente o peito
Pudera olhares em meus olhos
E conversares com meu coração.


Poeta

Poemas de desamor :  Meias Rasgadas

Hoje acordei
Roupas pelo chão
Café fervendo no fogão
O rádio ligado
Tocando uma canção
Levantei de meias
Rasgadas neste frio chão
Busquei um objetivo
Não tinha nada no coração
Olhei em volta de mim
Não tinha culpa
E nem razão
Ao sair pelo mundo a fora
Estava certo de que procurava
Algo com sentido
Ou a solidão
Olhei para o relógio
O tempo parecia correr
Mais do que as batidas
Do meu coração.



Poeta

Poemas de esperanza :  Crepúsculo

Sobre a mesa da áspera madeira
A vela que lhe faz companhia
Empresta seu corpo de luz por inteira
De resina e pavio apagado
Morre debruçada no colo do dia.

Sobre o papel amarelo envelhecido
Descansa a condoída poesia
Quando cai a noite fria de improviso
A pena que com pena do autor
Empresta a tinta
E morre esturricada de vazia.

O velho homem bem que tentou
Tomar inspiração na tal tristeza
A saudade da mulher que amava
É o que restou
Quando o sono pesava-lhe
O rosto sobre a mesa.

Ao dormir no crepúsculo da noite fatídica
A vela se apagou junto à poesia
Talvez em sonho a realidade verídica
Daquele velho homem
Extraia toda a dor
Como da pena que vazou a tinta.

Poeta

Poemas de nostalgia :  Favela Tão Bela

Dizes querida donzela
Se tu moras na favela
Tão quieta e tão bela
De ruas tão nuas
De noites escuras
De humildes alparcas
De mesas tão fartas
Dizes-me donzela
Se tu vens da favela.

Dizes amante donzela
Quando vens da favela
Tão bela e tão discriminada
De beleza assaltada
Jóia feia na vitrine da cidade
Rara escola de futebol
De meninos sem vaidade
Como presos de uma cela
Realidade bruta da favela.

Dizes hó linda donzela
Se tu moras na favela
Dos tímidos quintais
Das notícias nos jornais
Não te envergonhe menina
Das moradas da tua sina
Ainda tens uma janela
Em tua favela que é tão bela.

Dizes o porquê donzela
Que tu vens da favela
De um bairro da periferia
Tão pacata e tão fria
Da vizinhança corriqueira
Do feijão queimado
Na casa da fofoqueira
Não te quero donzela
Longe da beleza da favela.



Poeta

Poemas de desilusión :  Utopia

Nua eu te decorei
No quadro da minha concupiscência
Assim inconseqüente sem conseqüência
Eu te furtei na vaidade da minha alma;

Tua imagem tão selvagem
Na pintura insaciada
Explorada na estupidez dos meus dedos
Que estiveram perdidas na insensatez do desejo;

Eu te pintei
Como quem pinta arrogante
Na irresponsabilidade dos amantes
O delírio de uma imaginação coadjuvante;

Eu te decorei
Como profissional apaixonado
Eu te desejei
Como um carnal assim tão fraco;

Nua eu te possui
Na utopia ignorante da pintura
Sobre o olhar atento da
Hipocrisia dos meus olhos;
Que não tardaram em julgar
A displicência do teu corpo.

Poeta

Poemas de religíon :  Obra da Teosofia

Coração é terra que ninguém anda
É órgão que inflama que reclama...
Desiludido pelo sentimento que engana
Coração partido de saudade leviana.

Coração é traído pelo desejo
Manipulado pelo beijo, subordinado pelo seio...
Ludibriado pela malícia do meu pensamento
Funeral sem cortejo, fome sem sustento.

Coração é esculpido pelas mãos do destino
É imagem perplexa do desatino
Criança sem face, odre de vinho envelhecido...
No espelho do passado reflexo irrefletido.

Coração é valente nas batidas do peito
Estação de folhas secas carregadas pelo vento
Coração é covarde amedrontado pelo medo
É inverno sem saudade céu nublado e cinzento.

Coração é lápide de mármore, histórias frias
Que pulsa dentro ao peito, nas batidas pela vida...
Estranho pergaminho, de palavras escondidas
Do engenheiro lá do céu, a mais pura obra prima.



Poeta

Poemas de desamor :  Peito Traidor

Tuas mãos me acolhem
No teu peito que é traidor
Tuas palavras impuras
Contaminam meus sentimentos;

Como um pombo ferido
Lanço-me em teus braços
Em busca da cura
Em busca de abrigo;

Acalentas-me do inverno que é duro
Tomas-me em falsos desejos
Quando renasço em amor e sussurros
Quando me matas
No veneno dos teus beijos;

Venho a dormir
De uma noite cansada
Uma noite fria
Sem vida e sem cor
Sonhando acordar
Nos seios da amada
Que me acolhes em teu peito
Que é traidor.



Poeta

Poemas de desilusión :  Roxo-Lilás

Penso aqui com meus botões
Mas... Será que eles pensam comigo?

Presos a uma camisa imprestável
Eu também preso
Em um amor que não é meu;
Roxo-lilás de um batom
Vertical nos lábios de alguém
Furtaram-me vários dias;

O batom bem sabe
Não existe mais
Porém das marcas
Jamais pude me livrar;

De que me serve a camisa
Se até os botões já se foram;
Eles nem sequer pensavam
Eu pelo menos penso e padeço
Por um lilás, que um lenço...
Mesmo que pequeno
Carrega as marcas
De um crime imperfeito;

Ás vezes se perde na vida
Muito por não pensar,
Ás vezes por pensar demais
Perdem-se os botões da camisa
E do batom um roxo-lilás.


Poeta

Frases y pensamientos :  Sua Garota

Viva o quê é o amor, viva uma fotografia...
Não brigue com sua garota
Nem de noite nem de dia.

O tempo passa tão depressa
Logo no deserto haverá flores
Mostre a ela à terra do seu coração
O tempo não espera por arrependimentos.

Viva o agora, viva o presente...
A garota é sua meu amigo
Como é hoje, como será sempre.

Não procure atalho em outras bocas
Outro sorriso pode não ser o bastante
Mostre a ela à terra do seu coração
O tempo não espera por arrependimentos.

Viva o quê é bom, leve a no cinema...
Não brigue com a sua garota
Não vale a pena.

O tempo passa tão depressa
Logo no deserto haverá flores
Mostre a ela à terra do seu coração
O tempo não espera por arrependimentos.


Poeta